A solidão de Jean Wyllys num país homofóbico
Jean Wyllys é o único deputado assumidamente gay num Congresso brasileiro que é considerado o mais conservador de sempre. A sua luta contra a homofobia é diária. Haja cuspo.
“Amada, já te
atendo, ‘tá bom?”
Os minutos de
espera são ocupados a pensar que outro deputado da nação (qualquer nação) a)
chamaria “amada” a uma desconhecida ; b) e soasse genuíno ao fazê-lo.
O deputado
chama-se Jean Wyllys, usa jeans e um casaco de cabedal, o
cabelo escuro e encaracolado dá-lhe um certo ar de Jon Snow, o herói de Guerra
dos Tronos. Há uns anos o Guardian descreveu-o como “um
dos políticos mais pós-modernos”, presumivelmente não só do Brasil mas do
mundo. Nos últimos meses, quando o Congresso brasileiro votou a favor do impeachmentda
Presidente Dilma Rousseff, o país e o mundo viram com horror do que era feita a
classe política em Brasília: ultra-religiosos, caciques rurais, suspeitos de
corrupção, gente sem carisma, um palhaço de circo (Tiririca, que foi o deputado
mais votado em 2010) e elogiadores da ditadura militar. Foi umshow retrógrado
- democrático na aparência, mas não no espírito.
Jean Wyllys
não se parece com os seus pares. É o único deputado assumidamente gay num
Congresso que é considerado o mais conservador de sempre graças ao crescimento
da bancada evangélica. Apesar da sua grande popularidade entre um eleitorado
jovem e urbano, parece quase sempre um combatente solitário.
“A minha
simples presença num Congresso em que não há outros homossexuais assumidos
causa um incómodo em pessoas que colocam os homossexuais numa posição
subalterna. Para a mentalidade e o imaginário dessas pessoas, os homossexuais
podem, no máximo, ser artistas. Jamais ser uma autoridade da República, jamais
ser um representante eleito”, diz o deputado de 42 anos no seu gabinete no Rio
de Janeiro, habitado por umstaff jovem e diverso. Eleito pela
primeira vez em 2010, Wyllys diz que teve de conquistar o respeito dos outros
congressistas porque “as piadas homofóbicas multiplicavam-se pelos corredores”.
“Se eu fosse
uma caricatura do homossexual — o estereótipo da bicha louca,
risível, afectada -, se eu fosse o cara que usasse um fato colorido, eu não
seria um problema. Antes de mim, nós tivemos um homossexual assumido na Câmara
dos Deputados, Clodovil Hernandes. Que era um estilista, um cara que ganhou
notoriedade porque desenhava vestidos de noivas num programa chamado TV
Mulher. Ele estava dentro do que a sociedade da dominação masculina reservou
como universo feminino: o espaço privado, das tarefas domésticas, da moda, das
artes. Se eu correspondesse a essa caricatura, eu não seria tão combatido.
Porque Clodovil não era combatido. Ao contrário, a figura dele é hoje evocada
pelos conservadores e pela direita brasileira para comparar com a minha imagem.
Homossexual de verdade, para eles, é aquele que, quando expressa publicamente a
sua homossexualidade, é para servir ao riso, ao deboche, não para reivindicar a
igualdade, não para reivindicar orgulho.” Ao contrário de Jean Wyllys, Clodovil
Hernandes nunca incluiu os direitos LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual e
Transsexual) na sua agenda política. Era contra o casamento entre pessoas do
mesmo sexo e contra paradas de orgulho gay. O seu mandato foi curto:
eleito em 2007, morreu dois anos depois, vítima de um AVC.
“Se você
convive com homossexuais que estão em salão de beleza ou com homossexuais que
são artistas, você tende a achar que homossexuais não querem o lugar da
política. Não querem as grandes corporações, não querem ser executivos. Não é
verdade, a gente quer, sim”, diz Jean Wyllys.
Reeleito em
2014, com dez vezes mais votos do que na primeira eleição, Wyllys recebeu três
vezes o título de melhor deputado do Brasil por votação do público. Em 2015, os
leitores da revista The Economist colocaram-no entre as 50
personalidades mundiais que mais contribuem para a diversidade, entre Barack e
Michelle Obama, Bill Gates, Angelina Jolie ou a jovem activista paquistanesa
Malala Yousufzai. Wyllys representa uma face moderna e cosmopolita do Brasil
que o resto do mundo nem sempre tem oportunidade de ver porque o
conservadorismo é simplesmente maioritário. Orgulha-se de ser o único dos 513
deputados que tem um conselho social — um grupo da sociedade civil
com o qual se reúne de dois em dois meses para prestar contas, debater a sua
agenda legislativa e avaliar a sua actuação no Congresso. “Eu faço algo que o
seu conterrâneo Boaventura de Sousa Santos, que eu admiro muito, chama de
‘democracia de alta intensidade’”, diz, com um largo sorriso.
Wyllys
acredita que, se fosse heterossexual, o seu mandato seria “super louvado, teria
mais repercussão”. Ainda assim, a sua presença no Congresso ajudou a mudar as
expectativas e os estereótipos dos colegas sobre os homossexuais. “Muitos
deputados que tinham homofobia por pura ignorância, não por maldade, ao
conviverem comigo, mudaram bastante de opinião.” Inclusive deputados de
esquerda, do PT (Partido dos Trabalhadores). “Muitos falam: ‘Meu filho, minha
filha te admira. Você está quase roubando votos lá em casa.’ A minha actuação,
a maneira como articulo diferentes agendas, levou muitos deputados a entenderem
que os homossexuais são muito diversos entre si e a mudar de opinião. Nós temos
uma identidade colectiva estigmatizada mas somos tão diversos quanto os
heteros.”
Big Brother
De certa
forma, também foi assim que Jean Wyllys ganhou a quinta edição doBig Brother
Brasil em 2005: num país homofóbico, 50 milhões de espectadores
votaram nele. “Quando entrei no programa disse logo que eragay para
os outros participantes. Nesse momento o país parou de respirar por cinco
segundos porque ninguém na história da televisão brasileira tinha dito ‘eu sou gay’ com
essa clareza, com essa tranquilidade e esse orgulho em horário nobre.” Jean conseguiu
afirmar-se para além da sua mera orientação sexual, produzir outras
identificações junto da audiência. “O facto de eu ser amigo das mulheres; o
facto de eu tratar bem a minha mãe; o facto de eu ser baiano, nordestino, de eu
falar das religiões de matriz africana… tudo isso foi produzindo diferentes
identificações. Então, tinha gente que pensava: ‘É, ele égay, mas ele
trata super-bem a mãe dele.’ A dona de casa, que tem filhos, ao ver aquilo,
falava: ‘Puxa, esse menino bem que poderia ser meu filho.’ Ao me verem tratar
as meninas na casa, como eu era amigo delas, servia de ombro e tal, as mulheres
diziam: ‘Pô, esse cara é bacana. Ele é gay mas vou votar nele.’ A comunidade
LGBT, claro, se identificou porque era uma representação positiva. Mas tinha outras.
Num país homofóbico, eu pude vencer a homofobia graças a esse conjunto de
identificações.”
Com o milhão
que ganhou no programa, Jean Wyllys comprou uma casa para a mãe e um
apartamento em Copacabana. Teve convites de mais de um partido para iniciar uma
carreira política. Filiou-se no PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), que tem
um perfil ideológico muito semelhante ao Bloco de Esquerda em Portugal e, como
este, nasceu da confluência de pequenos partidos ou movimentos. Tem uma bancada
minúscula de seis parlamentares.
Muitos
brasileiros suspeitaram que, ao candidatar-se a deputado, Wyllys estava a
tentar prolongar os seus 15 minutos de fama depois do Big Brother. Hoje não são
poucos os que admiram a sua coragem e frontalidade política num Congresso hostil.
É autor de projectos de lei em favor da descriminalização do aborto, da
legalização do comércio e consumo de canabis, e da legalização da prostituição.
Nunca conseguiu aprovar nenhum. “Mas eu tinha a certeza que não aprovaria.
Projectos menos polémicos que esses demoram duas, três legislaturas para serem
aprovados. Imagina um projecto dessa natureza”, diz. O que o move, então? “Eu
sabia que, ao apresentar o projecto de legalização da cannabis, ele
não seria aprovado de imediato, mas iria detonar um debate que vai preparar a
sociedade para ser aprovado. Desde que eu lancei esse projecto, a Folha
de S. Paulo fez um editorial favorável à legalização. Os grupos de
activistas pela legalização aumentaram — inclusive, mães de crianças
com epilepsia que precisam de cannabidiol, um derivado da maconha [marijuana],
criaram um movimento chamado Repense. Quando eu apresentei a Proposta de Emenda
Constitucional do casamento civil igualitário, nós não aprovámos lá na Câmara.
Mas o debate que provocámos e a campanha que fizemos na sociedade fez com que o
Supremo Tribunal Federal garantisse o casamento. Não aprovámos no Congresso,
mas foi uma conquista da sociedade através do judicial. A performance de um
deputado não é medida só pela quantidade de leis que aprova. Até porque ele
aprova uma lei num conjunto de discussões e debates com outros deputados. O meu
debate ajudou a aprovar leis importantes e a impedir que leis ruins fossem
aprovadas.”
Homofobia que mata
O Brasil,
nação do Carnaval, expoente de uma sexualidade libertária, sem limites, é
também o país onde os homicídios provocados pela homofobia atingem níveis
alarmantes (318 vítimas em 2015) e o mais mortífero do mundo para transsexuais.
Uma desigualdade social gritante e os atrasos educacionais do Brasil são
terreno fértil para a perpetuação e reforço dos preconceitos. “A homofobia
vigora muito mais onde você não tem a chance de desconstruir ela”, diz Jean
Wyllys. O Brasil é um país de maioria católica, com uma comunidade evangélica
em crescimento — estima-se que 22% da população é evangélica. “Essas
religiões fazem um contraponto ao que a educação deveria fazer. Se a educação
deveria desconstruir as faltas certezas, a religião reafirma as falsas
certezas. E se a gente não tem um estado de direito forte que garanta o acesso
das pessoas a uma educação de qualidade e a bens culturais, as religiões
triunfam e as falsas certezas permanecem. Talvez por isso o Brasil seja um país
em que a homofobia se expressa mais do que noutros países em que as democracias
são mais sólidas, em que o Estado é laico.” As igrejas evangélicas têm 92
deputados no Congresso, entre bispos e pastores, uma autêntica frente religiosa
que trava avanços sociais e se posiciona como tampão dos direitos civis da
comunidade LGBT.
A conversa
com Jean Wyllys decorre numa sexta-feira à tarde, véspera do tiroteio numa
discoteca gay em Orlando, na Florida, em que 49 pessoas foram
mortas em função da sua orientação sexual. Muitos dos crimes homofóbicos registados
no Brasil são extremamente violentos. “Furam os olhos. Arrancam os órgãos
sexuais e enfiam na boca. Para o assassino, não basta só aquela vítima. Ele
quer incidir sobre a comunidade à qual pertence aquela pessoa. Então não basta
matar. Tem que ir além. Tem que profanar o corpo e deixar um recado para toda a
comunidade.” A maior parte dos criminosos, diz, não chegam a ser punidos ou
recebem penas brandas, por causa de uma “homofobia institucional”. Muitos
homossexuais fazem o que Wyllys chama “uma gestão esquizofrénica” das suas
vidas: vivem a sua orientação sexual de forma clandestina, sem que as suas
famílias saibam. Quando um crime acontece, a polícia vai falar em primeiro
lugar com a família. ‘E vai perguntar: ‘O seu filho é gay?’ A
família vai dizer que não. Eles até desconfiam que o filho é gay,
mas têm vergonha, então vão dizer que não. O policial raramente ouve os amigos
e, se ouvir e os amigos apontarem a motivação homofóbica, o delegado vai
imediatamente desqualificar e dizer que foi um latrocínio, um roubo seguido de
morte. O delegado faz isso porque— é um mecanismo muito subtil de como
funciona o preconceito — tem desapreço pela homossexualidade, não
gosta de gays, não quer que o filho dele seja gay, acha
que homossexual é nojento. Ao negar a motivação homofóbica, ele nega para si
mesmo que seria capaz de matar pelo mesmo motivo. Resultado: dá uma linha de
investigação para o crime que jamais chega aos assassinos. No Brasil, a maior
parte dos crimes homofóbicos não foram concluídos, não chegaram a lado nenhum,
os algozes não foram descobertos. E, em muitos outros casos em que foram
descobertos, receberam pena branda. Os juízes entenderam quando eles
argumentaram que foram atacados pelos gays: ‘Ele tentou transar
comigo, por isso eu matei ele.’ A vida humana passa a valer menos do que o
suposto assédio que o gay teria feito. Isso é o que chamo de
homofobia institucional.”
A cuspidela
Jean Wyllys é
um alvo permanente de ofensas e comentários homofóbicos na Internet. Os seus
assessores de comunicação passam muito tempo desmentindo rumores difamatórios,
como a ideia que Wyllys propôs uma emenda constitucional para limpar a Bíblia de
qualquer conteúdo homofóbico ou que pretende tornar o ensino do islamismo
obrigatório nas escolas brasileiras. Um dos boatos mais recentes é o de que
culpou os cristãos pelo ataque na discoteca gay de Orlando. O
facto de serem nonsense não tem sido filtro suficiente para
matar esses rumores à nascença.
Jean Wyllys e
Jair Bolsonaro têm protagonizado uma guerra muito mediática, sobretudo desde a
votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos
Deputados, no dia 17 de Abril. Bolsonaro, 61 anos, é um extremista de direita
que defende a pena de morte e que diz que preferia que um dos seus filhos
morresse num acidente a ser homossexual. Foi o deputado mais votado no Rio de
Janeiro, o mesmo estado que elegeu Jean Wyllys. É pré-candidato à Presidência
da República em 2018. Na sua declaração de voto a favor doimpeachment de
Dilma homenageou Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais temíveis
torturadores da ditadura militar brasileira. Pouco depois, chegou a vez de Jean
Wyllys votar contra o impeachment. A sua intervenção foi inflamada
e colérica. “Eu estou constrangido de participar dessa farsa, dessa eleição
indirecta conduzida por um ladrão, urdida por um traidor conspirador e apoiada
por torturadores, covardes, analfabetos políticos e vendidos”, declarou, sob
uma chuva de vaias. Quando Wyllys terminou e deixou o microfone, Bolsonaro, que
estava perto, dirigiu-lhe insultos homofóbicos, chamando-lhe “queima-rosca” e
dizendo “tchau, querida”.
Wyllys reagiu
cuspindo em Bolsonaro. “Há seis anos, desde que eu entrei na Câmara dos
Deputados, que esse senhor me insulta nas sessões das comissões e no plenário,
chama-me os nomes mais horríveis, e faz as colocações mais grotescas,
constrangedoras em relação à minha sexualidade. E todos os outros deputados,
mesmo os progressistas, mesmo os mais próximos a mim, tendem a naturalizar
isso. Tendem a tratar isso como, no máximo, da ordem da brincadeira, da graça.
‘Não, ele é uma caricatura, não leve em conta.’ Foi exactamente por ser tratado
dessa maneira ao longo dos anos que o fascismo cresceu no Brasil e hoje ele tem
8% das intenções de voto para a Presidência da República. Enquanto ele insultava
os homossexuais, as pessoas não se incomodavam, as pessoas riam. Afinal de
contas, as pessoas contam piadas machistas, mesmo dizendo que não são
homofóbicas. Elas usam a homossexualidade para sacanear os amigos. Nos estádios
elas chamam o adversário de ‘viado’ [maricas]. Então, por que vão se incomodar
com o que o Bolsonaro está fazendo? Entretanto, o alvo dele deixou de ser só os
homossexuais. Passou a ser as mulheres, passou a ser os negros. Essa é a
questão do fascismo: ele é insidioso, ele vai seduzindo as pessoas. E sempre
começa com o público mais vulnerável, aquele que pode ser facilmente convertido
em inimigo público. Não me arrependo de ter cuspido e cuspiria outra vez na
cara dele. E acho que, como disse Agualusa num artigo [no jornalO Globo],
foi uma cuspidela redentora. Porque foi um acto que incidiu sobre uma pessoa
mas na verdade acabou incidindo sobre um colectivo, sobre aquele espetáculo
grotesco, sobre aquele congresso nacional, sobre o conservadorismo, sobre o
atraso, o obscurantismo. Então, não tenho por que me arrepender”, ri-se.
Recebe
ameaças de morte desde o primeiro mês do seu mandato. Diz que toma precauções
quando participa em eventos públicos. “Tem seguranças estrategicamente
colocados. A minha agenda só é divulgada depois, quando eu já estou no evento,
para não dar tempo de nenhum planeamento ou coisa do tipo.” Muitos dos seus
admiradores temem que se canse um dia. “Não vou mentir para você e dizer que eu
já não pensei em desistir. Pensei, sim. Houve momentos duros em que as ameaças
se intensificaram e chegaram até à minha família, em que eu pensei: ‘Você não é
o Super-Homem, páre com isso.’ Mas, ao mesmo tempo, outra voz diz: ‘Tenha
responsabilidades, também, pelo que você fez.’ Não que eu vá chegar ao limite
do sacrifício. Não tenho vocação para o heroísmo. Eu sou demasiado humano,
tenho defeitos e assim gosto de me apresentar para as pessoas. Por isso é que
não me arrependo do cuspe.”
No seu
telemóvel, colocado em cima da mesa, chovem mensagens durante a entrevista, que
se estende por uma hora, mas em momento nenhum Jean Wyllys se distrai ou pede
para olhá-las.
Filho de uma
lavadeira e de um pai que virou alcóolico, Wyllys nasceu na Bahia, na extrema
pobreza, mas não deixou que isso encurtasse as suas ambições — num
país onde pobres e nordestinos são vistos com desprezo. Como Lula da Silva, a
sua história é bem brasileira.
“Não era para
eu estar aqui. Passei a infância inteira abaixo da linha da miséria. Passando
fome, sabe? Comecei a trabalhar aos dez anos de idade, vendendo nas ruas, para
ajudar a minha família. Antes disso, quando estava para completar um ano, tive
uma crise de desnutrição agravada por uma disenteria, e os meus pais acharam
que eu estava morto. O meu pai saiu de casa para comprar um caixão de bebé. Eu
não tinha sido baptizado ainda. A minha mãe chamou dois vizinhos, que já
morreram inclusive, Dona Didi e Seu Maximino, para dar umas palavras, para eu
não morrer pagão. E quando eles puseram a vela na minha mão para dizer as
palavras, a cera da vela caiu na minha mão e eu chorei. E aí minha mãe viu que
eu não estava morto. A pobreza, o alcoolismo do meu pai… Não me deixaram uma
pessoa ressentida, rancorosa. Mas sou uma pessoa que tem consciência dessa
história e por que é que eu tenho de lutar por um mundo mais justo, um mundo
melhor. Você entendeu?” Esboça um sorriso. “E sendo gay. É isso.”
Sem comentários:
Enviar um comentário