É importante foder (ou não foder)?
É evidente que não, não é importante.
Fode quem fode e não fode quem não quer.
Com isso ninguém tem nada
Mas mesmo nada
A ver.
É evidente que não, não é importante.
Fode quem fode e não fode quem não quer.
Com isso ninguém tem nada
Mas mesmo nada
A ver.
O que um tanto me tolhe é não poder
confiar
Numa coisa que estica e depois encolhe,
Uma coisa que é mole e se põe a endurar e
A dilatar a dilatar
Até não se poder nem deixar andar
Para depois se sumir
E dar vontade de rir e d’ir urinar.
Numa coisa que estica e depois encolhe,
Uma coisa que é mole e se põe a endurar e
A dilatar a dilatar
Até não se poder nem deixar andar
Para depois se sumir
E dar vontade de rir e d’ir urinar.
Isso eu o quis dizer naquele verso louco
que tenho ao pé:
“O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é
”Verso que, como sempre, terá ficado por perceber (por mim até).
“O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é
”Verso que, como sempre, terá ficado por perceber (por mim até).
Também aquela do “outrora-agora” e do
“ah poder ser tu sendo eu
” foi um bom trabalho.
Para continuar tudo co’a cara de caralho
Que todos já tinham e vão continuar a ter
Antes durante e depois de morrer.
” foi um bom trabalho.
Para continuar tudo co’a cara de caralho
Que todos já tinham e vão continuar a ter
Antes durante e depois de morrer.
Mário Cesariny de Vasconcelos, O virgem Negra - Fernando Pessoa explicado às criancinhas
Naturais e Estrangeiras, Assírio &
Alvim, 1989
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