domingo, 12 de junho de 2016

INVEJA E COMPETIÇÃO




Quem já conviveu com uma pessoa perversa percebeu a presença constante da inveja e flagrante desejo de ter coisas que você tem; de ser você. Há uma inexplicável sensação diária de uma espécie de concorrência velada ao longo de toda a relação, nas mínimas coisas.

Pensando nisso, decidi compartilhar alguns exemplos de como eu vivi essa inveja e competição. Você tem histórias assim para contar?

Nos anos de convivência e até hoje, a pessoa perversa narcisista da minha trajetória tinha uma verdadeira obsessão por ter tudo o que eu tinha. O que não podia ter, fazia em modo que eu destruísse, vendesse ou perdesse.

Além disso, tratava rapidamente de minimizar minhas vitórias ou cobri-las com um comentário negativo, malicioso ou vitimista. Se fossem coisas, ele as desejava em silêncio. Jamais fazia menção a elas para elogiar, apenas para se lamentar por não tê-las ou sê-las.

Queria ter uma conta no banco em que eu tinha. Não sossegou enquanto eu não lhe consegui o "status". Precisava dos mesmos seguros, os mesmos investimentos, o mesmo gerente. Tudo. Ainda que eu minimizasse o fato dizendo que era reflexo de um cargo importante que eu ocupava antes de conhecê-lo, para ele, aquilo era uma afronta; uma diminuição de sua importância e precisava ser superada.

Falava com cólera dos países que queria conhecer. Argumentava amargurado: "Você rodou o mundo, agora é minha vez". Nunca tinha o espírito de "Que bom que conhece o mundo! Como foi a trabalho, vamos viajar de novo, para vermos tudo juntos, agora de férias!?". Não. Ao invés disso tinha rancor.

Parecia que eu tinha uma dívida com ele por ter feito coisas que ele não tinha feito. Queria ter um carro de uma certa marca alemã que eu tive. Vitimizava-se: "Você já teve a sua XXX, agora é minha vez!" Quando conseguiu, depois de 2 anos de contato zero, mandou me avisar, como se me importasse que carro alguém dirige ou deixa de dirigir.

Eu, que com perverso aprendi a por para fora a minha reserva adquirida de veneno, para sacanear, perguntei:

Ah é? E ele já comprou os pneus? A pessoa ficou surpresa e perguntou: Como sabe que comprou pneus???

Respondi na lata: "Porque mesquinho como é e com o exclusivo desejo de imitar e não de ter o que realmente gosta e pode ter, não teria tido coragem de comprar uma zero km. Diga-lhe que fiz esse comentário."

Não sei o desfecho, mas desistiu de me mandar recados...

Quando eu tinha uma ideia boa, diante dos amigos ele dizia que "nós" tínhamos tido aquela ideia. Longe deles, a ideia merecia críticas, desmotivação e esquecimento.

Outro dia alguém veio me contar que o cara talvez seguisse minha página porque decidiu fazer um curso de Coaching que nada tem a ver com sua profissão e menos ainda, com o seu caráter. O importante é não ficar por baixo, não importa o que ser coach significa...

Obviamente surtaria se soubesse que minha formação foi por uma escola de coaching diversa daquela que escolheu. Provavelmente cancelaria a inscrição e tentaria pela mesma, não estou exagerando.

Daí pensei: Bom, se o negócio é tentar se apoderar das minhas características, ser eu ou ter coisas que tenho, mando avisar: daqui um mês vou mudar de sexo. Vai encarar?

Sem comentários: