Há poucos dias publiquei uma lista de características e comportamentos de pessoas narcisistas patológicas. Deixei de fora, propositalmente, o modo que se comportam sexualmente. Aqui, temos um mundo à parte...
Pessoas perversas narcisistas são , com frequência, compulsivas por sexo. Isso não significa que gostem de sexo, apenas que têm compulsão; vício. Isso nada tem a ver com sexo por desejo ou sexo romântico, como forma de troca entre pessoas que se gostam ou que apenas têm atração uma pela outra. Trata-se de coisificação do outro.
A atividade é intensa, o que faz com que alvos de pessoas perversas passem a repetir: “Entre a gente o sexo era/é muito bom!”. Parecem intensos e tão ligados na atividade sexual que é fácil acreditar que aquilo tudo é desejo ou amor pelo outro. Mas não é. Pelo contrário, a compulsão por sexo é uma forma de coisificar, controlar e submeter o alvo.
A mulher perversa utilizará o sexo e a sedução para tirar do parceiro coisas materiais e escravizá-lo numa dependência física indescritível, vez que conhece muito bem a importância que o sexo tem para o macho. Nos momentos em que o envolve com uma transa, faz com que se sinta amado e, assim, pronto para ceder a qualquer um de seus desmandos.
O homem perverso utilizará o sexo com muita intensidade, com atos obcecados, como quem engole o outro, tudo regado de elogios ao corpo da mulher e palavras que sabe que ela gosta de ouvir. Isso fará com que a parceira se sinta a mulher mais amada e desejada do universo. Ele sabe quanto essa mulher quer ser aprovada e validada, portanto, ao demonstrar desejo por ela de modo obsessivo, na cabeça dela, ele está lhe demonstrando amor.
Nas relações homoafetivas, não é diferente. Usam o sexo para validar o outro, já que são incapazes de validar com amor, carinho, compaixão e companheirismo. A propósito de homossexualidade, pessoas perversas, normalmente, se mostram obtusas, de mente muito fechada, de pensamento “em branco e preto”, e são muito preconceituosas para com a sexualidade alheia.
Quando se tratar de pessoa heterossexual, terá certamente discursos homofóbicos. Ainda que na intimidade demonstrem abertura para a bissexualidade, no discurso dirão que odeiam homossexuais. Se homossexual assumido, sua característica marcante será mesmo a promiscuidade e desrespeito para com o parceiro/a.
Contudo, nem sempre o sexo com essas pessoas estará presente. Assim como usam o sexo de forma deturpada e compulsiva, usam também para punir seus alvos, negando-lhes intimidade. A pessoa perversa sabe que, porque nega ao alvo os sentimentos mais importantes numa relação, a pessoa passa a ter, no sexo, a sua única conexão real com a pessoa perversa. Sabe que, negando o sexo, ao alvo não sobra nada e, portanto, o desespero tomará conta. Reconhece isso e, no momento oportuno, usa isso com um prazer mórbido.
Negam com o objetivo de desvalorizar e humilhar seus alvos, passando a demonstrar frieza e nenhum interesse sexual. De um momento ao outro, aquele que era tão desejoso do outro, torna-se indiferente e apático. Não procura mais, demonstrando enfado, desinteresse e descontentamento, o que detonará no outro insegurança, dúvida e sentimento de rejeição absurdas.
Mas para a pessoa perversa isso não basta. Precisa ter certeza que o alvo se sinta culpado pela rejeição, de modo que passe a questionar o que há de errado consigo e se movimente para “compensar”. A pessoa perversa se beneficia desses esforços e, para conseguir essa proeza, passa demonstrar interesse sexual por outras outras pessoas, abertamente, ao mesmo tempo que rejeita sistematicamente seu alvo.
Assim, na fase de desprezar sexualmente, pessoas perversas passam a olhar pornografia diante do outro, lançar mão de sexo virtual com estranhos, preferencialmente gente com características que sempre disse odiar, bem como trair deixando rastros claros, de modo que o outro se sinta um lixo, sem qualquer valor.
Por exemplo, o perverso com quem tive contato engajava-se em sessões de sexo virtual com mulheres obesas mórbidas, travestis, adolescentes. Isso quer dizer que essas pessoas mencionadas não tenham valor? Não! Apenas faziam parte de grupos que ele dizia odiar.
As mulheres perversas demonstrarão interesse em outras pessoas engajando-se em contatos com homens do passado ou que saibam que causam ciúme no parceiro, bem como com homens que tenham características que ao parceiro faltem, tais como dinheiro, status, carrões, menos idade ou coisas que farão com que o outro se sinta inferior, levando-o a tentar, por todos os meios, se alçar aos padrões que ela estabelecer. Sem sucesso, é claro.
Não raro, homens perversos são viciados em prostituição e contabilizam um número sem fim de histórias de orgias, visitas a prostíbulos e casas de massagem. Contam essas histórias às suas parceiras com bastante naturalidade e se escusam dizendo que “prostituta é mais limpa do que muita mulher”.
Esses tipos, com frequência são moralistas e têm um perfil específico estabelecido para determinar quem é “puta” e quem é “de respeito”. Curiosamente, as prostitutas que eles costumam pagar jamais se enquadrarão em nenhuma dessas classes. Ser “puta” ou “de respeito” são classificações para mulheres comuns. “Prostitutas são profissionais”, dizem com convicção.
Por serem pessoas muito promíscuas, é bem comum serem portadores de doenças sexualmente transmissíveis. Para desespero do alvo que venha a contrair algo, se questionado, o acusará de ter-lhe transmitido a doença em primeiro lugar.
Para quem ainda se encontra dentro de uma relação tóxica com uma pessoa perversa, pode parecer que a parte mais funcional e satisfatória da relação é a sexual, mas com um pouco de conhecimento e atenção ao significado “das entrelinhas” que existem nos movimentos de uma pessoa perversa, verá que talvez seja a parte mais doentia.
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