terça-feira, 17 de março de 2015

São Sérgio e São Baco


Há santos gays? Para a história oficial da igreja, a pergunta soa como uma blasfémia, uma vez que a religião condena a homossexualidade. Mas há teses de que a igreja teve, sim, santos que, no seu passado, tiveram relações com pessoas do mesmo sexo. O caso mais famoso é de São Sérgio e São Baco, que foram mártires no início do século IV. 

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São Sérgio (à esq.) e São Baco são hoje ícones do casamento gay
São Sérgio (à esq.) e São Baco são hoje ícones do casamento gay
Eles integravam o exército do imperador romano Maximiano (286-305). Era um casal gay respeitado pela própria igreja, segundo o polêmico e premiado livro "Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade", publicado em 1980 por John Boswell (1947-1994), historiador da Universidade de Yale (EUA).

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Santa Perpétua e Santa Felicidade viram referências das lésbicas
Santa Perpétua e Santa Felicidade viram referências das lésbicas
Defensores da Igreja acusaram Boswell de forçar a barra em seus estudos sobre os arquivos históricos da igreja. O livro era visto como panfletário, ou seja, interessava à militância homossexual forjar santos gays. Quem apoiou o historiador dizia que a igreja adulterou os arquivos antigos para esconder registros sobre a homossexualidade dos dois.

O facto é que São Sérgio e São Baco viraram ícones do movimento gay, inspirando artistas. Suas imagens servem à defesa da união civil entre pessoas do mesmo sexo, cujas cerimônias são seladas com a leitura da oração dos dois santos. Eles têm até um dia: 7 de outubro.

Já Santa Perpétua e Santa Felicidade, mártires desde o século 3, também carregam a suspeita de terem uma relação lésbica. Felicidade era escrava de Perpétua. As duas sofreram juntas na prisão. Para os gays, elas viveram uma intensa paixão.


"Arco-íris no céu, santos gays e nova festa lésbica; leia destaques GLS", Sérgio Ripardo. In: Folha de S. Paulo, 09/05/2007.


The Forgotten History of Gay Marriage


In the famous St. Catherine’s monastery on Mount Sinai, there is an icon which shows two robed Christian saints getting married. Their ‘pronubus’ (official witness, or “best man”) is none other than Jesus Christ.
The happy couple are 4th Century Christian martyrs, Saint Serge and Saint Bacchus — both men.
Severus of Antioch in the sixth century explained that “we should not separate in speech [Serge and Bacchus] who were joined in life.” More bluntly, in the definitive 10th century Greek account of their lives, Saint Serge is described as the “sweet companion and lover (erastai)” of St. Bacchus.
Legend says that Bacchus appeared to the dying Sergius as an angel, telling him to be brave because they would soon be reunited in heaven.
Yale historian John Richard Boswell discovered this early Christian history and wrote about it nearly 20 years ago in “Same Sex Unions In Pre-Modern Europe“ (1994).
In ancient church liturgical documents, he found the existence of an “Office of Same Sex Union” (10th and 11th century Greek) and the “Order for Uniting Two Men” (11th and 12th century Slavonic).
He found many examples of:
  • A community gathered in a church
  • A blessing of the couple before the altar
  • Their right hands joined as at heterosexual marriages
  • The participation of a priest
  • The taking of the Eucharist
  • A wedding banquet afterwards

A 14th century Serbian Slavonic “Office of the Same Sex Union,” uniting two men or two women, had the couple having their right hands laid on the Gospel while having a cross placed in their left hands. Having kissed the Gospel, the couple were then required to kiss each other, after which the priest, having raised up the Eucharist, would give them both communion.
Boswell documented such sanctified unions up until the 18th century.
In late medieval France, a contract of “enbrotherment” (affrèrement) existed for men who pledged to live together sharing ‘un pain, un vin, et une bourse’ – one bread, one wine, and one purse.
Other religions, such as Hinduism and some native American religions, have respect for same-sex couples weaved into their history.
When right-wing evangelical Christians talk about “traditional marriage,” there is no such thing.

"The Forgotten History of Gay Marriage", Paul Canning. In: http://www.care2.com/causes/the-forgotten-history-of-gay-marriage.html#ixzz3UexD4dez, 2015-03-15


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