Vamos falar de sexo
Para
Catarina Nabais,38 anos, filósofa, entre um casal vale tudo, menos a mentira e
a falta de respeito. Com um ex-companheiro frequentou em França clubes de
'swing', depois de muito conversarem sobre o assunto. "O swing é uma
experiência de cumplicidade e que vem intensificar imenso uma relação e criar
múltiplas dimensões à transparência que já lá está." Neste sexto episódio
de uma série de sete semanas, vários entrevistados falam abertamente sobre como
encaram a fidelidade, um projeto do Expresso e da SIC.
Catarina que gosta de olhar para a vida de uma perspetiva
sexual, salvaguarda que é preciso muita maturidade e preparação para que a
decisão de um casal praticar "swing" não acabe mal. "Já vi
namorados fresquinhos, com uma relação recente, a discutir num clube de swing
porque não tinham conversado devidamente sobre as questões fundamentais".
E reserva um desejo por concretizar: "Gostava de ter sexo com vários
homens, com o meu namorado envolvido. Será a cereja no topo do bolo. Por
enquanto, quero guardá-la no plano da fantasia. A ideia de a concretizar é um
elemento de excitação e não o quero perder".
Virgens até ao
casamento
Rute e Tito Chaves, com 21 e 26 anos, casaram virgens por uma
questão de fé. Ambos evangélicos, ela restauradora, ele informático, dizem que
se tornaram num só corpo quando fizeram sexo pela primeira vez. Na noite de
núpcias experimentaram o "choque fantástico" de verem o corpo nu do
outro. Só consumaram o ato ao terceiro dia. "Com calma. Não tínhamos a
exigência ou a pressa de ter que o fazer". Rute e Tito nunca antes tinham
sequer beijado outra pessoa. Quando trocaram alianças fizeram juras eternas de
exclusividade sexual, amorosa e espiritual. "O facto de sermos exclusivos
um do outro permite-nos viver o sexo de uma maneira mais plena", considera
Rute.
Elvis Veiguinha, sound designer, posa na sua sala junto a uma fotografia de Daniel Blaufuks |
Uma relação sem ciúme
Elvis Veiguinha, de 50 anos, sound designer, que nos anos 80
foi o primeiro campeão nacional de DJ, separou-se da ex-mulher pelos ciúmes e
acusações de traição. "Um ciúme bélico, doentio, constante". Acabou
por se separar pelo desgaste dessa sombra de mentira e falta de confiança na
relação. Hoje vive um amor tranquilo com a mulher que imaginava nos sonhos. Diz
que são livres de ciúmes. E que, no plano das fantasias, podem incluir outras
pessoas. "Quem é que não tem fantasias com outros? Com um artista, por
exemplo? Quantos não fantasiam com a Angelina Jolie? O desejo faz parte da
condição humana. Não pode é falhar a verdade e a honestidade."
Humor na cama
Susana Romana e Jorge Carneiro, de 33 e 31 anos, consideram
que na cama são mais Monty Python do que 50 Sombras de Grey. Esta guionista de
humor e este engenheiro informático não se imaginam a incluir outras pessoas na
sua relação, nem tão pouco a trair. Na hora do prazer, juntam gargalhadas e
chegam a divertir-se a enunciar nomes de figuras públicas que podiam estar
presentes. Ainda neste episódio a sexóloga Vânia Beliz explica como o
"swing" pode ser uma via para a satisfação de um casal e quando o
ciúme deixa de ser positivo.
O Expresso e a SIC falaram com 33 portugueses que deram a
cara e o testemunho de como são na cama. A fidelidade é o tema deste episódio.
Bernardo Mendonça e Maria João Ruela, Expresso, 22-03-2015
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