Os arqueólogos gregos conseguiram encontrar aquele que é, presumivelmente, o jazigo do “deslumbrante Heféstion” – amigo de infância e amante de Alexandre Magno, rei da Macedónia e um dos mais importantes conquistadores da História.
O túmulo, que fica nas proximidades da cidade grega de Salónica e é datado do século IV A.C., encontrava-se a mais de um metro e meio de profundidade. Localiza-se na antiga cidade de Anfípolis, que foi um centro importante do reino da Macedónia. Destaque para a dimensão do complexo funerário, agora encontrado, que foi construído em mármore. Entre os adornos existem esfinges, cariátides e um mosaico que representa o rapto da Perséfone. Este conjunto levou os arqueólogos a pensar que a pessoa enterrada seria uma personalidade importante, nomeadamente Heféstion.Os casamentos do Alexandre eram sempre condicionados por objectivos políticos. Além disso, praticamente não dedicava tempo às suas esposas. Ao que parece, a sua única afinidade de amor seria pelo amigo de infância, Heféstion. Como descreveu então Plutarco, quando Alexandre chegou à aldeia antiga de Tróia, colocou uma coroa no túmulo de Aquiles, enquanto Heféstion pôs a sua coroa no túmulo de Pátroclo. Este gesto seria a confissão da sua relação, uma vez que era do conhecimento que Aquiles e Pátroclo seriam amantes. Quando o Alexandre e o Heféstion se encontraram com a mãe do vencido Dário, ela caiu às pernas do Heféstion, confundindo-o com o Alexandre, uma vez que o Heféstion era mais alto. Alexandre recusou o pedido de desculpas da mãe de Dário, afirmando: “Não faz mal, respeitosa mulher. Está tudo bem, não há erro. Ele também é Alexandre como eu”.Quando Heféstion morreu, Alexandre ficou tão abalado, que ordenou crucificar o médico que não conseguiu salvar o amante. A escritora Mary Renault, autora de romances históricos sobre a Grécia Antiga, descreveu o funeral de Heféstion como “o mais luxuoso da História”.
Na foto: Alexandre e Heféstion, no filme de Oliver Stone, “Alexander”
Na noite de abertura da 13ª Festa Literária Internacional de Paraty, falou-se de identidade, de erotismo e daquilo que ficou calado em Mário de Andrade.
O actor Pascoal da Conceição, que interpretou Mário de Andrade numa mini-série da TV Globo, invadiu o palco da festa WALTER CRAVEIRO Ninguém contava, mas
quando a sessão de abertura da 13ª edição da Festa Literária Internacional de
Paraty (FLIP)dedicada ao escritor brasileiro Mário deAndrade (1893-1945)estava a aproximar-se do fim e o biógrafo Eduardo
Jardim citava o poemaMeditação sobre o Tietê, o actor Pascoal da Conceição, que interpretou
Mário de Andrade numa mini-série da TV Globo, tirou-lhe as palavras da boca,
invadindo o palco, a declamar o resto do poema e a comentar o queestava
a achar da sessão. Foi assim uma coisa amadora — o actor vestido de branco, ramo
de fl ores na mão, não tinha microfone e não se ouvia por toda a sala — e
deixou surpreendidos quer os participantes, quer o público que assistia à
conferência.
O
académico Eduardo Jardim dirigindo-se ao curador da FLIP, ali ao lado, ainda
pediu ajuda: “Salva a gente aqui, Paulo!” E Paulo Werneck pegou no microfone
para explicar que a performance não
estava programada: foi “uma surpresa”, mas “fugas ao script
são bem-vindas, às vezes”. Ainda insistiu para que o autor
da primeira biografia dedicada a Mário de Andrade continuasse o seu raciocínio,
mas Jardim sentiu-se incapaz. Tinha perdido o fio à meada.
Assim
terminou a mesa de abertura da FLIP, que tal como nos anos anteriores está a
ser transmitida da Tenda dos Autores para ecrãs espalhados no recinto e também,
em streaming, através do site
oficial da festa literária.
[…]
Esta atracção de Mário de Andrade pela
pesquisa do folclore popular também foi referida pela professora de literatura
brasileira da Universidade de São Paulo Eliane Robert Moraes, especialista em
literatura erótica, para quem basta ler Macunaíma — O Herói sem Nenhum
Carácter para se perceber que a obra comporta “uma erótica tão inesperada
quanto intensa”.
A professora universitária lembrou que
Andrade recolheu material relacionado com o erotismo “que é um verdadeiro
tesouro” e que, se não o tivesse feito, nunca teria chegado até nós. Mário de
Andrade gostava de dizer que o Brasil tinha “uma pornografia desorganizada”, dispersa
pela “cultura popular, pelas literaturas religiosas, no bumba-meu-boi
[uma dança do folclore popular brasileiro], nas modinhas, nas quadrinhas”. No
seu livro, Macunaíma, ele “joga o tempo
todo com o proibido, com o que se fala e com o que não se fala”, explicou a professora.
Essa questão, Macunaíma resolve
literariamente de forma genial: “Em Macunaíma,
o calado é vencido pela artimanha da palavra, e isso marca a erótica de Mário
de Andrade”, explicou.
No
décimo capítulo desse romance, o escritor cria palavras para substituir as
palavras “buraco” ou “orifício” (por exemplo, botoneira ou puíto). Um expediente,
explica a professora, que era uma prática própria da literatura erótica
ocidental: substituir uma palavra proibida por outras que a evocam. “O erotismo
tornou-se uma faceta na sombra da obra de Mário, pois como a homossexualidade de
Mário de Andrade foi muito intocada, ficou escondida, tornou-se uma espécie de
tabu aquilo que na própria obra fala de sexo acabou fi cando intocável”, disse Eliane
Robert Moraes.
“Chegou
o momento, tarde já com certeza, de a gente poder liberar em Mário aquilo que é
de ordem pessoal para se poder reconhecer a qualidade daquilo que é de ordem
estética”, acrescentou. “Cabe-nos dizer hoje aquilo que ficou tanto tempo
proibido, que o nosso grande modernista era gay e
que há resquícios dessa homossexualidade em toda a sua obra, muito embora não
possamos falar de uma obra gay.”
Na Flip, ator invade o palco para declamar Mário de Andrade
Pascoal da Conceição surpreende organização do evento com performance. Curador Paulo Werneck encerrou a mesa desta quarta após a intervenção.
O ator Pascoal da Conceição invadiu a mesa de abertura da Flip 2015 vestido de Mário de Andrade (Foto: Cauê Muraro/G1)
O ator Pascoal da Conceição, que interpretou Mário de Andrade na minissérie da Globo "Um só coração" (2004), em peças e performances, resolveu voltar ao papel na noite desta quarta-feira (1º) ao invadir o palco da 13ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Ele andou pela plateia, segurando um buquê de flores e caracterizado como Mário de Andrade, e chegou ao palco, onde se declarou muito feliz "pela descoberta do que realmente significa o Mário de Andrade".
"A coisa que eu mais senti falta é que eu queria saber muito mais sobre ele", observou, e pediu para que Eduardo Jardim escrevesse mais livros sobre o autor.
"Salva a gente aqui, Paulo!", devoltou Eduardo, depois de Conceição deixar a cena. O curador da Flip, Paulo Werneck, interferiu dizendo que aquilo foi "uma surpresa" que "fugas do script" são bem-vindas - às vezes, ressaltou. Na sequência, encerrou o debate desta noite.
Agiu por conta própria
Depois de sair de cena, Conceição falou ao G1 sobre a "intervenção". "Eu sinto, como ator, quase uma obrigação artística de estar presente [na homenagem a Mário de Andrade]", justificou.
"Fui muito bem recebido. O poema tem 330 versos, decorei todos", comentou sobre a poesia-testamento do autor, concluída no mesmo mês de sua morte. E prosseguiu: "O Mário de Andrade é quase um para-choque de caminhão da literatura brasileira".
O ator falou também que já fez performances parecidas (ele costuma interpretar Mário de Andrade em apresentações públicas e peças de teatro) anteriores. Por isso, havia enviado e-mails à organização da Flip pedindo para participar.
Como não teve retorno positivo, resolveu agir por conta própria. "Com a bola quicando na área, a gente faz até gol contra." Para entrar campo, investiu do próprio bolso. O terno, segundo Conceição, custou R$ 1,8 mil. Adiantou ainda que, às 17h deste sábado (3), fará uma apresentação de Macunaíma com a Escola Livre de Teatro de Santo André na Igreja do Rosário, em Paraty.
'Mário era mais alto'
Após deixar a tenda do telão, Eduardo Jardim se declarou satisfeito com a interrupção da qual tinha sido vítima. "Adorei, levei o maior susto!", afirmou ao G1. "Eu já conhecia o ator, por vídeo. Ele é mais baixo que o Mário, que era um cara muito alto, mas tem uma energia."
Já Paulo Werneck repetia que nada tinha sido planejado. Ao cruzar com o pai, o jornalista e escritor Humberto Werneck, em frente à tenda do telão, perguntou sobre a aparição.
"Perguntei ao ator: 'Você é homossexual?'. Ele respondeu: 'Eu sou trezentos'", contou o Werneck pai. Na conversa em família, o curador não parecia exatamente ter aprovado o ocorrido. Mas logo emendou: "Uma surpresa, realmente".
Os participantes da mesa "As margens de Mário", encontro que inaugurou a festa, foram a ensaísta argentina Beatriz Sarlo, a crítica e professora da USP Eliane Robert de Moraes (organizadora da "Antologia poética brasileira") e Eduardo Jardim (autor de "Eu sou trezentos", biografia de Mário de Andrade). A Flip 2015 vai até domingo (5).
O ator Pascoal da Conceição invadiu a mesa de abertura da Flip 2015 vestido de Mário de Andrade (Foto: Cauê Muraro/G1)
Cauê Muraro, Do G1, em Paraty. 01/07/2015 21h04 - Atualizado em 01/07/2015 22h11
Mário de Andrade, o agitador cultural que era trezentos
O escritor brasileiro, homenageado da Festa Literária de Paraty, tem pela primeira vez uma biografia. Sabemos agora como era a sua voz, a sua imagem em movimento e uma sua famosa carta interdita “saiu do armário”.
No ano em que Mário de Andrade (1893-1945) é o autor homenageado da Festa
Literária Internacional de Paraty (FLIP), quando passam 70 anos depois da sua
morte e a alguns meses da entrada da sua obra em domínio público, em Janeiro de
2016, aquele que é considerado o “papa do modernismo brasileiro” tem finalmente
uma biografia.
Chama-se Eu sou Trezentos, título retirado
de um dos poemas do livro Remate de males (1930) - “Eu sou
trezentos, sou trezentos-e-cinquenta/ Mas um dia afinal eu toparei comigo...” -
e quer mostrar a diversidade da sua personalidade e da sua obra.
“Geralmente esta diversidade era seguida de um
esforço de unificação. Mas Mário de Andrade também experimentou a atracção da
dispersão e até anulação de si mesmo”, explica ao PÚBLICO Eduardo Jardim, autor
da biografia que acaba de ser publicada no Brasil, pelas Edições de Janeiro.
Mário de Andrade pertenceu ao grupo de modernistas que
participaram da Semana de Arte Moderna de 1922 que pretendia copiar, em São
Paulo, os festivais de arte que os franceses faziam no Verão. Depois deste
acontecimento, um grupo de artistas entre os quais os escritores Mário de
Andrade e Oswald de Andrade, as artistas plásticas Tarsila do Amaral e Anita
Malfatti e o poeta Menotti del Picchia formaram o que ficou conhecido como
“Grupo dos Cinco”.
O crítico literário brasileiro Alceu Amoroso Lima,
amigo de Mário de Andrade, dizia que ele “estava talhado fisicamente para agitador”.
No entanto para Eduardo Jardim, “o agitador nasceu em 1917, ano inaugural do
modernismo no Brasil, e perdeu todo o vigor no final de 1937, com a instauração
do Estado Novo”. Mas durante esses 20 anos, que vão de uma data a outra, Mário
de Andrade foi a figura central da vida intelectual do país.
Na biografia que acaba de publicar, Eduardo Jardim
defende que “nenhum escritor, nunca mais, teve como ele tanta importância como
artista, como formulador de uma interpretação do Brasil e como animador cultural”.
Ao PÚBLICO, explicou porquê. Primeiro, porque Mário de
Andrade elaborou o programa de renovação estética no “primeiro tempo” do
modernismo brasileiro em que se tratava de incluir o Brasil no cenário
artístico moderno. “Foi um período de intenso contacto com as vanguardas
europeias”, diz.
Por outro lado, também foi responsável pela
“reorientação do modernismo na direcção de uma afirmação dos traços
propriamente nacionais nas artes e na cultura”. Mário de Andrade acompanhou o
movimento de radicalização política nos anos 1930 e 1940 e a sua actividade
como gestor cultural, na direcção do Departamento de Cultura de São Paulo, foi
também importante: “Seu desafio foi fazer uma arte brasileira com uma linguagem
muito moderna. Lembra, de algum modo, Joyce, na Irlanda, com preocupações
semelhantes. Foi até hoje o escritor brasileiro com a visão mais ampla e
diversificada. Explorou todos os géneros. Teve uma compreensão muito aguda da
vida brasileira e do projecto moderno”, acrescenta o biógrafo, que está entre os
convidados da 13ª edição da Festa Literária em Paraty.
Esta quarta-feira à noite, o investigador para quem há
duas fases da vida adulta de Mário de Andrade - o período de agitador do
modernismo (1917-1937) e o das revisões da sua própria história e do movimento
modernista (1938 a 1945) – participa na sessão de abertura do festival
literário intitulada “As Margens de Mário”, ao lado da crítica literária
argentina Beatriz Sarlo e de Eliane Robert Moraes, professora de literatura da
Universidade de São Paulo que organizou a primeira Antologia da Poesia
Erótica Brasileira (ed. Ateliê), que vai ser lançada durante a FLIP.
Autor múltiplo e contraditório
Quando perguntámos a este investigador e bolseiro da Fundação Biblioteca
Nacional, depois de ter sido 40 anos professor da Pontifícia Universidade
Católica (PUC-Rio), como é possível que aquele que é considerado um dos mais
importantes intelectuais brasileiros só agora tenha uma biografia, e se é
verdade que Mário de Andrade era considerado um autor impossível de biografar
por se ter medo de processos judiciais pela divulgação de factos relativos à
sua opção sexual, Eduardo Jardim afirma que não.
Acredita, sim, que é difícil tratar de Mário de
Andrade pelo facto de este ser um autor múltiplo e até muitas vezes contraditório.
“É preciso acompanhar com muita simpatia uma personalidade tão rica e ao mesmo
tempo ser crítico”, diz o autor de Eu Sou Trezentos – Vida e Obra de
Mário de Andrade. E lembra que há muitos estudos sobre o autor de Pauliceia
Desvairada, alguns com preocupação biográfica, mas sempre abordando
períodos ou aspectos da biografia.
“Não acho que a homossexualidade tenha sido um
impedimento. Nunca tive problemas para abordar este assunto ou qualquer outro.
No caso da família de Mário, fui generosamente acolhido. Mas nunca sequer
pensei em pedir autorização para escrever sobre qualquer coisa. Nem entendo
como um escritor pode ter esta preocupação. Mário de Andrade denunciou muitas
vezes a hipocrisia no tratamento destes temas e as frustrações da repressão sexual.
Temos que nos inspirar nele”, diz o biógrafo que, no seu livro, comenta
passagens da obra de Mário de Andrade relativas à homossexualidade que aborda
no contexto da personalidade do escritor. “A obra mais destacada no tratamento
do amor entre homens é o contoFrederico Paciência, escrito ao longo de
quase vinte anos, publicado emContos Novos”, lê-se na pág. 135 da
biografia.
A carta que saiu do armário
Mas todo o sururu à volta da sexualidade de Mário de Andrade acalmou na
quinta-feira, dia 18 de Junho, quando um excerto de uma carta enviada por Mário
de Andrade ao seu amigo, o escritor Manuel Bandeira, datada de 7 de Abril de
1928, foi finalmente revelada. Como disse, na altura, o escritor e jornalista
Humberto Werneck ao jornal Folha de São Paulo: “A famosa carta
proibida de Mário de Andrade saiu do armário – e isso não muda nada na sua
imagem e na sua obra. Mas finalmente põe fim às murmurações em torno de uma
questão que a pudicícia e a repressão só fizeram hipertrofiar”.
A carta que está depositada na Fundação Casa de Rui
Barbosa desde 1978, e que em parte já tinha sido publicada pelo poeta Manuel
Bandeira sem alguns parágrafos, estava interdita à consulta aos investigadores
por ser considerada do foro íntimo. Foi agora tornada pública depois de um
pedido de um jornalista da revista Época apoiado na Lei de
Acesso à Informação e por deliberação da Controladoria Geral da União (órgão do
Governo Federal responsável pela defesa do património público, transparência e
combate à corrupção), depois de uma disputa na justiça e de a consulta ter sido
anteriormente interditada pelo Ministério da Cultura.
Nela Mário de Andrade escreve ao amigo Manuel
Bandeira: "Mas em que podia ajuntar em grandeza ou milhoria pra nós ambos,
pra você, ou pra mim, comentarmos e eu elucidar você sobre a minha tão falada
(pelos outros) homossexualidade? Em nada. Valia de alguma coisa eu mostrar o
muito de exagero que há nessas contínuas conversas sociais? Não adiantava nada
pra você que não é indivíduo de intrigas sociais. Pra você me defender dos
outros? (...) Mas si agora toco neste assunto em que me porto com absoluta e
elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um
companheiro daqui, a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha
vida mais regulada que máquina de previsão) e si saio com alguém é porquê se
poderia tirar dele um argumento para explicar minhas amizades platónicas, só
minhas. Ah, Manú, disso só eu mesmo posso falar, e me deixe que ao menos pra
você, com quem apesar das delicadezas da nossa amizade, sou duma sinceridade
absoluta, me deixe afirmar que não tenho nenhum sequestro não. Os sequestros
num caso como este onde o físico que é burro e nunca se esconde entra em linha
de conta como argumento decisivo, os sequestros são impossíveis. Eis aí uns
pensamentos jogados no papel sem conclusão nem sequência. Faça deles o que
quiser".
Eduardo Jardim não ficou surpreendido com o conteúdo
da carta agora revelado. “A novidade da carta é que ela menciona a
impossibilidade para qualquer um de negar sua preferência sexual. A carta é de
grande beleza e traduz a nobreza de carácter de Mário de Andrade. A imprensa, é
claro, explorou muito esta história, mas quem conhece Mário de Andrade e é seu
leitor não se impressionou muito”, diz ao PÚBLICO.
No entanto, o biógrafo diz que foi bom este episódio
ter ocorrido para se chamar atenção para o facto de que os arquivos de uma
instituição pública devem ser acessíveis a todos. “Passado o episódio podemos
nos ocupar de todos os temas importantes levantados por Mário”, conclui.
A voz, o corpo e a casa
Ao longo dos últimos meses, que antecederam a Festa Literária Internacional de
Paraty o curador Paulo Werneck tem visto muita movimentação em torno de Mário
de Andrade. Recorda, por exemplo, que recentemente foi revelada a primeira
gravação da sua voz, cantando cantigas folclóricas do Nordeste. O áudio, uma
gravação que foi realizada no Rio de Janeiro em 1940, foi localizado pelo
musicólogo Xavier Vatin, na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.
O “agitador cultural” canta acompanhado pela voz da escritora Rachel de
Queiroz e da pintora Mary Pedrosa canções populares (Zunzum, Deus
lhe pague a santa esmola e Toca zumba) para o linguista
norte-americano Lorenzo Turner. Os áudios, lado A e lado B, podem
descarregar-se gratuitamente no Instituto de Estudos Brasileiros.
Também foi agora recuperado Architectura
Modernista em S. Paulo, um documentário de arquitectura brasileira que
mostra a inauguração da casa modernista da rua Itapolis, projecto do arquitecto
Gregori Warchavchik, em 1930. Na abertura da Exposição de uma Casa
Modernista, dedicada à casa de Warchavchik, entre outras personalidades da
época, compareceu Mário de Andrade, sendo este o único registo de imagem em
movimento do escritor. O filme foi encontrado no acervo da Biblioteca da
Faculdade de Arquitectura e Urbanismo de São Paulo e pode ser visto na
Intermeios. É a preto e branco, sem som, uma produção Rossi Film. Ea casa onde Mário de Andrade viveu no final da sua vida, na rua Lopes Chaves,em São Paulo, foi restaurada e transformada em um pequeno museu.
Livros inéditos, como o romance Café, em
que trabalhou durante anos, foram lançados pela editora Nova Fronteira e além
da biografia de Jardim está a ser preparada outra por Jason Tércio, que se
chamará As Vidas de Mário de Andrade.
O investigador Eduardo Jardim acha que nunca houve uma
Festa Literária Internacional de Paraty em que a figura do homenageado fosse
tão discutida. É uma excelente oportunidade para rever a importância de Mário
de Andrade. “Temos que nos aproximar dele, mas, é claro, sabendo que não somos
seus contemporâneos. Suas preocupações são ainda nossas - a invenção permanente
em arte, a singularidade da cultura brasileira, o conteúdo social da arte - mas
temos que formular tudo isso com critérios nossos”, conclui o biógrafo.
ISABEL COUTINHO (em Paraty), Público, 01/07/2015 - 13:34
SAGITTARIUS: "THE ORIGINAL WOLF IN SHEEP’S CLOTHING; THE SOCIALLY ADAPTABLE SAGITTARIUS WILL LEARN A VARIETY OF INFORMATION, SKILLS AND PERSONAS TO BUILD HIS ARSENAL OF CHARACTERS IN GARNERING THE TRUST OF HIS POTENTIAL PREY. HE LIVES FOR THE THRILL OF THE HUNT BUT ALSO IN FEAR OF BEING CAPTURED HIMSELF; FOR NOTHING IS WORSE IN HIS MIND THAN BEING IN A CAGE, OR A TROPHY ON SOMEONE ELSE’S WALL. IN HIS EYES LETTING YOU GO IS AN ACT OF MERCY; WHY’RE YOU MAD?"
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LEO: "ONE OF THE MOST LOYAL GUYS AROUND, FOR THE SMALL PRICE OF ALL YOUR ATTENTION. HE’S HUNGRY FOR YOUR PRAISE SO KEEP FEEDING HIS EGO OR HE’LL EAT YOU ALIVE. THE VAIN AND CHARISMATIC LEO LIVES FOR YOUR LOVE; LAY IT ON THICK AND THIS KING OF BEASTS WILL HELP YOU THRIVE IN THE SOCIAL JUNGLE."
GEMINI: "SIBLING RIVALRY WITHIN KEEPS THE DYNAMIC GEMINI IN A CONSTANT BATTLE BETWEEN TWO SIDES OF “THEMSELVES.” HOWEVER; TWO MINDS ARE ALWAYS BETTER THAN ONE, IF ONLY THEY COULD AGREE TO WORK TOGETHER AND JOIN FORCES GREAT THINGS COULD BE ACHIEVED. ANYTHING YOU CAN DO, YOU CAN DO BETTER; YOU CAN DO ANYTHING BETTER THAN YOU. RIGHT?"
LIBRA: "SHALLOW AND IDEALISTIC, HE’S FULL OF SUCH CONTRADICTIONS AND USES HIS DIPLOMATIC REPUTATION TO MINE SOMETHING OF WORTH AND BEAUTY OUT OF THE ROCKIEST OF SITUATIONS. ASSESSING VALUE ON HIS OWN WEIGHTED SCALE; SHOULD HE DECIDE THE WORK OUTWEIGHS THE REWARD, HE’LL LIKELY ABANDON THE DIG ENTIRELY. ALWAYS WEIGHING HIS OPTIONS AND LOOKING FOR A SHINIER, MORE ATTAINABLE FIND. HE’S NOT ONE TO DIG TOO DEEP, REALLY."
VIRGO: "HE BELIEVES THE ROAD LESS TRAVELED IS LESS TRAVELED FOR A REASON. NOT ONE TO BE A TRAILBLAZER BY ANY DEFINITION; THE DILIGENT, STRAIGHT-LACED VIRGO PLAYS BY THE FIELD GUIDE AND REMAINS CONFIDENT, SO LONG AS HE KEEPS ON THE BEATEN PATH. WHAT HE LACKS IN IMAGINATION HE MAKES UP FOR IN DIRECTION AND WILL MOST CERTAINLY FIND HIS WAY."
"AQUARIUS IS THIRSTY; IN EVERY SENSE OF THE WORD. HE’S A BELIEVER IN QUANTITY OVER QUALITY; MORE IS MORE AND HIS CUP RUNNETH OVER. HE SPREADS HIMSELF THIN AND IS LOOKING TO MEET AS MANY PEOPLE AS POSSIBLE, WHILE NEVER REMAINING STAGNANT. INNOVATIVE AND WITTY, HE’S RESPECTED BY MANY BUT CLOSE TO FEW. AS DISTANT AS AN OCEAN AND JUST AS SPONTANEOUS. IT’S HARD TO HOLD WATER IN YOUR HANDS FOR LONG SO DRINK HIM UP WHILE YOU CAN."
PISCES: "ROW, ROW, ROWING HIS BOAT GENTLY DOWN THE STREAM; LIFE IS BUT A DREAM TO THE CRITICALLY LAID BACK PISCES. GOING WHEREVER THE FLOW TAKES HIM WITHOUT SO MUCH AS MAKING A RIPPLE. EASY TO CATCH BUT HARD TO KEEP; IT’S IN HIS NATURE TO DRIFT AWAY WITHOUT HAVING MUCH TO SAY ON THE MATTER. HE’LL COOLY REMIND YOU THERE’S PLENTY OF FISH IN THE SEA."
CANCER: "ONE OF THE FEW WHO FINDS SECURITY IN BEING TIED UP. FOR THE SENTIMENTAL CANCER, TYING THE KNOT IS A MATTER OF LIFE AND DEATH WHEN YOU’RE CLIMBING SUCH GREAT HEIGHTS FOR THE ONE YOU LOVE. IT’S A LONG FALL DOWN; SO SLOW AND STEADY DOES IT NOW. KEEP ON CLINGING ON."
SCORPIO: "HIS PRESENCE IS SHARPLY FELT BUT HE’LL SEE TO IT HIS ABSENCE STINGS EVEN MORE. INTENSITY AND BRILLIANCE BOTH MANIFEST FROM A COLD, DARK PLACE, IN WHICH SCORPIO THRIVES WITH HIS THICK, HARD EXTERIOR. EVERY CHIP ON HIS SHOULDER IS AN EDUCATION HE’LL USE TO CHIP AWAY AT YOURS. THE THICKER THE ICE GROWS, THE HIGHER HE’LL CLIMB."
ARIES: "THE BRASHEST AND BOLDEST OF THE BUNCH. STRONG BODY, WEAK MIND. HE’LL RAM HEADFIRST INTO ANY SITUATION TO OBTAIN ANYTHING HE HAS HIS HEART SET ON; ESTABLISHING HIS PLACE IN SOCIETY AS AN ALPHA MALE TO BE RECKONED WITH. IF HE CAN’T HAVE HIS WAY THROUGH BRUTE FORCE, HE’S GOT THE RUGGED GOOD LOOKS TO MAKE YOU RECONSIDER."
CAPRICORN: "HIS HOME IS HIS KINGDOM. COLD, DISCERNING AND MATERIALISTIC, THE DRIVEN CAPRICORN PUTS MORE EFFORT INTO MATERIAL GAINS THAN PERSONAL CONNECTIONS; BUT HE CAN BE QUITE THE CHARMER IF, OF COURSE, YOU’RE IN THE POSITION TO HELP HIM ADVANCE HIGHER UP THE ECHELON. HE’S A SUCKER FOR A CROWN. A TRUE ICE KING. LET IT GO, BRO."