segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Homossexuais católicos contra artigo "homofóbico" da Revista da Ordem dos Médicos

Homossexuais católicos contra artigo "homofóbico" da Revista da Ordem dos Médicos


Um artigo de opinião publicado na edição de Janeiro da Revista da Ordem dos Médicos fez estalar o verniz entre a comunidade homossexual, em particular a católica.

No artigo em questão, o autor, um clínico reformado de 83 anos, diz que "a homossexualidade [...] é tolerada nas civilizações mais evoluídas, pois a humanidade aprende a respeitar os doentes, os defeituosos, os anormais, os portadores de taras", e que "a sociedade [...] classifica os seres com essas alterações aberrantes como homossexuais".

Só não se compreende, comenta-se na revista Tabu nº 234, de 25/02/2011, que a reacção mais indignada tenha vindo dos gays católicos, a quem os impropérios bem piores da Igreja não parecem fazer confusão.





Carta Aberta ao Bastonário da Ordem dos Médicos e à Direcção da revista da Ordem dos Médicos

domingo, 27 de fevereiro de 2011

LAISH - Linha de Apoio e Informação Sobre Homossexualidade


A Linha LGBT 21 887 39 22 é o novo serviço telefónico de apoio e de informação LGBT da ILGA Portugal e está em funcionamento de Quarta a Sábado entre as 20H e as 23H já a partir de hoje.
Direcionada para conversar, esclarecer e encaminhar pedidos de apoio nas mais diversas áreas como saúde, apoio jurídico, lazer, entre outras, sempre no âmbito da temática Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero, a Linha LGBT visa alargar o apoio já existente no Centro LGBT a todo o país e chegar a todas e todos que não têm outra forma de acesso ao apoio e à informação.
A LINHA LGBT conta com a colaboração de uma equipa de voluntárias/os que foram formadas/os e preparadas/os para responder a todas as dúvidas, pedidos de informação ou tão simplesmente prestarem apoio, quebrando assim o isolamento, a solidão ou os anseios do dia-a-dia, sempre de forma atenta e aberta, preservando a confidencialidade e o anonimato.  
Contacte-nos! Esperamos por si.

LINHA LGBT - Linha Telefónica de Apoio e Informação LGBT
21 887 39 22 // De Quarta a Sábado, das 20H às 23H
     
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

bullying homofóbico



“Há pouco procurou-me uma mãe. O filho tinha ficado reprovado dois anos consecutivos, «chumbado por faltas» no primeiro período. Previ o pior. Esperei um adolescente arrogante, de palito ao canto da boca, boné virado para trás com a agressividade de um rapper. No pulso, pulseiras com picos metalizados, que me trouxessem à memória, lobos e cães Serra da Estrela. Porém, à minha frente sentou-se uma pessoa gentil. Era delicado o olhar e a voz. Pressenti um temperamento feminino. A minha expressão não traiu o sentimento instintivo de repulsa, idêntico afinal ao daqueles que o tinham forçado ao insucesso e ao sofrimento. Disse-me que não ia à escola, mas que não se afastava dos seus muros, do lado de fora, esperando que as horas passassem, vazias, para poder voltar a casa. «Chamam-me gay, maricas, homossexual. Batem-me e empurram-me, apalpam-me e humilham-me. Por isso não vou à escola.» Aquele rapaz sofria de uma forma brutal, injusta, o seu Auschwitz pessoal. Também ele tinha algures no corpo, ou na alma, um número de série. Senti vergonha de mim.”
Nuno Lobo Antunes, Sinto muito
Lisboa, Verso de Kapa, 2008, 6ª edição, pp. 37-38


O bullying homofóbico é um tipo específico de bullying que ocorre quando um(a) aluno(a) é agredido(a), intimidado(a) ou insultado(a) por ser homossexual ou bissexual, ou por se pensar que é homossexual ou bissexual.






Bullying é uma palavra utilizada para descrever actos de violência física (ex: bater, empurrar, agredir) ou psicológica (ex: gozar, insultar, espalhar boatos) que se repetem ao longo do tempo, sendo praticados por um/a ou mais alunos/as com o objectivo de agredir ou intimidar outro aluno.
Segundo Nuno Lobo Antunes, “nos EUA tem sido feito um esforço muito grande para educar as crianças a aceitar as diferenças étnicas, religiosas e psicossexuais. Nos liceus multiplicam-se as straight-gay alliances em que os rapazes heterossexuais protegem os jovens gays de eventuais abusos. Em Portugal esta é a diferença tabu.” (in Sinto muito, p. 174)

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Gisberta






No dia 22 de Fevereiro completam-se cinco anos sobre a descoberta do corpo de Gisberta Salce Júnior, mulher transexual, brasileira, imigrante, toxicodependente, seropositiva e prostituta, assassinada brutalmente por um grupo adolescentes institucionalizados. Sofreu de agressões, tortura e sevícias sexuais durante três dias, para depois ser atirada para um poço, até sucumbir à morte, afogada.

Um crime que “chocou o país”, que insistia em fechar os olhos às realidades das pessoas transexuais, e às consequências de uma identidade e cidadania não reconhecidas. Apenas cinco anos depois a lei portuguesa reconhece esta lacuna, procedendo à lei que permite às pessoas transexuais alterarem o seu sexo e nome nos documentos de identificação, adequando-os à sua identidade. Falta ainda, no entanto, protecção social e laboral, para que todas estas pessoas tenham a possibilidade de desenvolver as suas vidas com dignidade.








CRIMES DE ÓDIO

O medo e a intimidação resultantes dos crimes de ódio e do discurso de ódio impedem a plena integração social da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgénero). Não se conhece a exacta dimensão deste tipo de crimes na UE, porque a maior parte dos Estados-Membros não recolhe dados neste domínio específico. De qualquer modo, alguns estudos permitem supor que, em certos Estados-Membros, até metade da população LGBT já tenha sido vítima de actos dessa natureza. Na ausência de normas comuns europeias,  os Estados-Membros mantêm abordagens distintas em relação ao discurso de ódio e aos crimes de ódio.




ILGA Portugal incentiva à denúncia de situações de violência e discriminação

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

lover




“A verdade é que, quer se dê por isso, quer não, reconhecemos os nossos parceiros no momento em que nos aparecem à frente e, depois, submetemo-nos quase sempre a tudo o que de inevitável se segue e chamamos-lhe amor.”
Frank Ronan, A morte de um herói
Lisboa, Gradiva, 1994, p. 14


Sei quando encontrei a pessoa certa para mim:
A pele torna-se receptiva, os músculos vibram em coreografia concertada. Enfim, os sentidos acertam-se e os sentimentos acontecem ditosos na pessoa que sou eu.

Quanto ao livro, aqui vai mais uma citação.  A perspectiva da coisa amorosa é algo desencantada:
 “Da primeira vez que uma pessoa se apaixona sente-se infelicíssima, porque pensa que não vai sobreviver. Da segunda, e talvez da terceira, sente-se feliz, porque sabe que o amor não a dominará por completo. No entanto, chega a uma altura em que já não se tem ânimo, em que já não se acredita que o amor que se sente possa ser sincero, porque o amor depende da inocência e já se perdeu a inocência, sabendo-se que se vai amar apenas por vício.”
Frank Ronan, A morte de um herói
Lisboa, Gradiva, 1994, p. 173




Críticas de imprensa

"A Morte de um Herói é uma sátira brilhante ao sucesso, ao amor, ao sexo, à religião, à futilidade, ao oportunismo. Ronan faz desfilar numa mesma marcha todas as pequenas perversões, angústias, traições e ilusões que afectam os homens e as mulheres do nosso tempo." (The Independent)
"Frank Ronan afirma-se mais uma vez como um escritor implacavelmente sincero. A ironia e a subtileza desta sua última obra fazem dele um dos mais perspicazes observadores da sociedade contemporânea." (The Observer)


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