Arruaceiro, bulímico,
homossexual e com problemas mentais. A sua esposa acabou por trocá-lo pelo seu
irmão D. Pedro II. Histórias insólitas de Portugal.
D. Afonso VI |
No restaurante imundo no centro de Lisboa, um grupo de
homens dá nas vistas: falam alto, gritam obscenidades aos empregados e
clientes, comem peixes fritos com as mãos e entornam jarros de vinho. Quando
saem, dirigem-se a um bordel e só voltam a ser vistos de manhã, ainda mais
bêbedos do que antes.
D. Afonso VI |
A festa continua: a caminho do Paço Real, param para
apedrejar janelas, assediar senhoras, meter-se com vagabundos e pontapear os
que dormem na rua. Uma das vítimas não aceita o desaforo e lança-se ao rebelde
com aspecto mais frágil: um jovem coxo, de olhos claros – era o rei D. Afonso
VI. O vagabundo dá-lhe murros e pontapés enquanto os outros assistem a rir-se.
O rapaz já a deitar sangue, só encontra uma forma de se libertar: grita que é o
Rei de Portugal.
D. Afonso VI tinha fama de ser um desordeiro. Apesar da
paralisia parcial do lado direito do corpo, do excesso de peso e da bulimia,
gostava de sair à noite com um grupo de amigos de reputação duvidosa. Muitas
vezes acabavam na esquadra, mas nunca sofriam represálias. Um dos seus
companheiros era o comerciante genovês de cintos, meias e adornos femininos,
António Conti, que rapidamente passou a frequentar o Paço, com acesso directo
ao quarto real. Levava prostitutas e rapazes e embebedava-se, mas conseguiu uma
comenda, um título de fidalguia e o hábito da Ordem de Cristo.
Farta do comportamento inadequado do filho e do amigo, D.
Luísa de Gusmão mandou deportar Conti para o Brasil. O rei passou a levar um
estilo de vida mais discreto, mas nunca deixou de receber rapazes. De acordo
com o livro “Reis que Amaram como Mulheres”, coleccionou amantes do sexo
masculino.
http://www.vortexmag.net/historias-insolitas-de-portugal-um-rei-arruaceiro-bulimico-e-homossexual/,
2015-06-18
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