Título
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Homografias.
Literatura e homoerotismo.
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Revista
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Forma Breve
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Edição
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Universidade de Aveiro, 2009, nº 7
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Local
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Aveiro
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URL
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Artigos:
Neste artigo, o autor tenta estabelecer os pontos de vista sob os quais
podemos qualificar determinada literatura latina como «homoerótica». Para poder
estudar a sexualidade na literatura latina desde a abordagem endógena, o autor
tenta definir os protocolos de comportamento sexual no pensamento romano.
Quer demonstrar deste modo que os textos catalogados normalmente como
«literatura homoerótica latina» não se enquadram nesta definição.
Na análise da obra de Abel Botelho, considerada uma referência do
Naturalismo português, nomeadamente no estudo do romance Fatal Dilema, verifica‑se
que, apesar da intenção naturalista de representar a verdade absoluta, tal não
ocorre e na sua escrita irrompe o grotesco e a deformação da realidade
objectiva que realistas e naturalistas tentaram captar.
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Martim de Gouveia e Sousa
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Desafiando o seu
tempo e o porvir, os escritos de Judith Teixeira estão cada vez mais actuais,
como o comprovam as inúmeras leituras judithianas levadas a cabo na última
década, dentro e fora do país. Um escrutínio à obra da poeta permite integrá‑la
no Modernismo português. É ainda Judith Teixeira, pela vertente homoerótica, um
expoente do lesbianismo literário português.
Através de uma
laboriosa auto‑representação como ícone gay, António Botto fundou um
originalíssimo discurso homotextual, sem predecentes na literatura portuguesa,
numa premeditada superação estética da sua condição de dissidência erótica.
O médico e artista João Carlos Celestino
Gomes (Ílhavo, 1899 – Lisboa, 1960) estreia‑se no romance com Signo de Toiro,
em 1939. Com o presente trabalho, destacamos um dos principais eixos temáticos
da obra: a homossexualidade feminina. O narrador apresenta a protagonista,
Maria Sidónia, em circunstâncias de marcada perturbação emocional, devido à
relação afectiva que mantém com Damiana, envolvendo ambas as personagens
femininas em ambientes marcados por recorrentes e significativos contrastes de
luz e sombra.
Maria Sidónia também se debate intimamente com a sua dupla condição de femme‑garçon,
sendo a presença do jovem escultor Lúcio Ricardo que vai acabar por conduzir o
desfecho da intriga romanesca para o triunfo da relação heterossexual.
Neste artigo analisa‑se o (homo)erotismo
na escrita de David Mourão‑Ferreira (1927‑1996), sobretudo em Os Amantes e
Outros Contos (1974).
Este artigo
procura avaliar a interpretação da figura de Antínoo, balizada entre eros e
thanatos, na poesia portuguesa contemporânea, em especial de Fernando Pessoa,
Sophia de Mello Breyner Andresen, Pedro Tamen e Albano Martins, partindo da
mitificação operada ao longo dos tempos pela transmissão da história e a sua
relação de carácter amoroso com Adriano.
«Sex is the root of it all», afirmou Walt Whitman
(1819‑1892). Embora, no
quotidiano, ocultasse a sua orientação homossexual, o bardo de Brooklyn cantou
os corpos eléctricos, e o afecto entre os homens, sobretudo em «Calamus», uma
secção de Leaves of Grass (1855‑1892). Influenciado por Whitman na vida e na
poesia, Eugénio de Andrade (1923‑2005) aborda a orientação homossexual,
recorrendo à intertextualidade com a obra do poeta norte‑americano; aludindo ao
relacionamento amoroso deste com Peter Doyle; empregando símbolos fálicos e
metáforas eróticas semelhantes. Neste artigo, analiso essa intersecção de gostos
pessoais e literários, que revela desejos e medos, segredos e confidências
veladas pela metáfora.
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Virgínia Maria Antunes de Jesus
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Apesar de breve
intervenção de Miguel Rovisco na cena cultural, deixou, pelo menos, dezoito
peças teatrais, um roteiro para uma série televisiva (levado na RTP, em 1987),
cadernos de literatura infantil e oito cadernos de poemas, que pretendemos
apresentar, especialmente o caderno denominado Poemas de Prazer Masculino, foco
deste artigo. Como sua dramaturgia, sua poesia também possui uma linguagem
inovadora e vigorosa e Rovisco é, indubitavelmente, um nome a ser apresentado e
inserido, não só no mundo do teatro, mas dentre os grandes poetas portugueses.
Propõe‑se uma
sondagem de alguma produção ficcional sobre a guerra colonial, nela investigando
a incidência de cenários afectivos homoeróticos e tentando aduzir razões
explicativas da presença insistente desta (improvável) linha de sentido. Embora
a forma e substância dos episódios de cunho homoerótico recenseados apresentem
uma inegável diversidade, alguns motivos são objecto de convocação reiterada: a
inscrição do encontro sexual numa atmosfera de cumplicidade homossocial, o
erotismo como expediente catártico e alternativa de redenção, a ambiguidade
transgressiva do gender‑bending e do drag, a conjunção de autodescoberta
homoerótica e aprendizagem psicoafectiva
No romance Até
Hoje (Memórias de Cão), Álamo Oliveira apresenta-nos uma interpretação original
e ousada da guerra colonial, mostrando como este conflito pode levar à
desintegração da identidade, a uma profunda transformação interior e à
inevitável busca de um novo começo. No processo, a imagem de Portugal como uma
nação gloriosa, divulgada pelo discurso nacionalista, é denunciada e
desconstruída. A homossexualidade é um dos temas tratados, representando, por
um lado, um efeito das condições envolventes, uma forma de satisfazer os
impulsos físicos e atenuar a solidão, a ansiedade e o tédio, e constituindo,
por outro, uma parte da identidade pessoal, reprimida por tanto tempo e, finalmente,
aceite após a guerra.
Partindo de uma
aproximação intertextual entre a produção narrativa de Rui Nunes e a
filmografia de Terrence Malick (em concreto o filme The Thin Red Line, de
1998), procurará mostrar‑se como a ficcionalização da temática homossexual na
obra literária de Rui Nunes corresponde a um particular modo de representação
literária, assentando este, maioritariamente, na textualização expressionista
de valores sócio‑existenciais como a exclusão ou a deformidade e na microscopia
da observação empreendida pelas várias vozes que povoam as suas narrativas
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Isabel Cristina Rodrigues
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Partindo de uma
aproximação intertextual entre a produção narrativa de Rui Nunes e a
filmografia de Terrence Malick (em concreto o filme The Thin Red Line, de
1998), procurará mostrar‑se como a ficcionalização da temática homossexual na
obra literária de Rui Nunes corresponde a um particular modo de representação
literária, assentando este, maioritariamente, na textualização expressionista
de valores sócio‑existenciais como a exclusão ou a deformidade e na microscopia
da observação empreendida pelas várias vozes que povoam as suas narrativas.
Neste artigo são destacados e comentados
alguns contos brasileiros que integram a antologia Entre Nós – Contos sobre
Homossexualidade.
Partindo da
análise da discussão de um verso enigmático de Mário de Andrade, documentada
pela sua correspondência com Manuel Bandeira, propõe‑se um conjunto de
reflexões em torno do plurívoco «silêncio semântico» mobilizado pela inscrição
homoerótica no discurso poético.
Pretende‑se,
neste estudo, dar conta das representações da homossexualidade (e temas
relacionados) num corpus de textos literários destinados à infância, com
especial ênfase no álbum ilustrado para pré‑leitores e leitores iniciais.
Recriando diferentes modelos familiares, estas obras buscam a aceitação e a
inclusão da diferença, valorizando a componente afectiva das relações
interpessoais e questionando preconceitos e comportamentos homofóbicos.
Personagem
desconcertante e apoteótica, Abel Tiffauges nutre-se de símbolos, de parábolas
para fugir à heterossexualidade e envereda por um caminho onde prazeres
disfóricos e crimes abomináveis tomam o lugar do bem. Inverte, malignamente, os
valores estabelecidos na esperança de que acontecimentos grandiosos venham
engrandecer a sua vida.