Credits: Directed by Rotem Malenky Cinematographer: Ben Hertzog Art Director: Tzuf Prag Styling: Daniel Moshe Cohen Make-Up: Ronny Chokron Producer: Tal Monita Gaffer: Elad Bracha Editor: Madlen Vaza Track Produced by Lyrik & Yehonathan
Um estudo de 1997 tornou-se viral nos últimos dias. Dele consiste um guião de 36 questões que podem ajudá-lo a apaixonar-se por um completo desconhecido/a. Porque também há ciência no amor.
Há mais de 20 anos, o psicólogo Arthur Aron foi bem-sucedido ao fazer com que dois estranhos (homem e mulher) se apaixonassem no seu laboratório. Aron, em conjunto com outros autores, criou um guião composto por 36 perguntas distribuídas por três fases distintas. Sentados frente a frente, cada membro do casal improvisado foi convidado a responder às questões, revelando, assim, pormenores íntimos e pessoais. Para concluir o processo, as duas pessoas tiveram de olhar nos olhos uma da outra durante quatro minutos, sempre em silêncio.
Estávamos em 1997 quando o estudo foi publicado, o qual chegou a trazer resultados positivos: seis meses depois da primeira experiência, os dois participantes casaram-se e convidaram o laboratório inteiro para a cerimónia. Mas porquê falar de algo que foi feito há duas décadas? Porque o The New York Times limpou o pó ao assunto e publicou um artigo no último domingo, 11 de janeiro, onde a jornalista se sujeitou à experiência, ainda que com algumas diferenças na estrutura — o parceiro escolhido não era um completo desconhecido e, em vez do ambiente de laboratório, o encontro aconteceu num bar.
A descrição feita por Mandy Len Catron não deixa de ser interessante e, no final, ela admite que os dois se apaixonaram um pelo outro, embora se mostre hesitante em responsabilizar totalmente o estudo pelo que aconteceu. “Provavelmente está a pensar se nos apaixonámos. Bem, sim. (…) Nós passámos semanas no espaço íntimo que criámos naquela noite, à espera de ver o que acontecia”, escreveu. “O amor não nos aconteceu. Estamos apaixonados porque cada um tomou essa decisão “.
O artigo intitulado “Para se apaixonar faça isto” relançou as perguntas de Arthur Aron no universo da Internet e fez com que o estudo já com teias de aranha se tornasse viral. A propósito disso, também o jornal britânico The Guardianpublicou uma história, esta quarta-feira, em que dois jornalistas se submetem a uma mesma experiência. Apesar de não ser bem-sucedida, ambos descrevem como é partilhar a intimidade com alguém que, à partida, não conhecem bem. Enquanto ela, Bim Adewunmi, assegura que olhar nos olhos um do outro durante quatro minutos consegue ser mais desconfortável do que um beijo no final de um encontro tradicional, ele, Archie Bland, diz que a “falsa familiaridade” é a coisa mais estranha. No fim não há paixão, mas um carinho mútuo.
Uma coisa é certa: o guião preparado acelerara a intimidade entre duas pessoas, algo que levaria muito mais tempo a alcançar em circunstâncias normais, pelo que tem fortes probabilidades de ajudar no começo de uma relação.
Esta quarta-feira, a psicóloga e mulher de Arthur Aron, Elaine N. Aron, explica no blogue “Psychology Today“, a propósito da fama que as 36 perguntas entretanto ganharam, que tanto ela como o marido começaram a estudar o amor quando se apaixonaram. E esclarece que o guião deve ser encarado como uma sugestão, um diálogo que convida à intimidade de forma gradual e que também pode ser usado para criar amizades. “Não criámos as 36 questões para ajudá-lo a apaixonar-se”, escreve Elaine N. Aron, embora reconheça que é difícil esquecer-se do projeto-piloto que resultou num casamento.
Caso esteja curioso, o guião completo segue em baixo, traduzido e com as perguntas divididas em três momentos. Fica o aviso: se experimentar responder a dois, corre o “risco” de se apaixonar.
Primeira parte
1. Podendo escolher qualquer pessoa no mundo, quem queria ter como convidado para jantar?
2. Gostaria de ser famoso? De que forma?
3. Ensaia o que vai dizer antes de fazer uma chamada telefónica? Porquê?
4. O que constitui um “dia perfeito” para si?
5. Quando foi a última vez que cantou para si mesmo? E para outra pessoa?
6. Se fosse capaz de viver até aos 90 anos de idade com a mente ou o corpo de uma pessoa de 30 anos, o que escolheria [a mente ou o corpo]?
7. Tem um palpite secreto sobre a forma como vai morrer?
8. Diga três coisas que você e o seu parceiro parecem ter em comum.
9. Pelo o que é que se sente mais grato/grata na vida?
10. Se pudesse mudar alguma coisa na forma como foi educado/a, o que seria?
11. Tire quatro minutos do seu tempo e conta ao parceiro/a a história da sua vida com o máximo de detalhes possível.
12. Se amanhã acordasse com uma nova qualidade ou habilidade, qual seria?
Segunda parte
1. Se uma bola de cristal pudesse contar a verdade sobre a sua pessoa, vida e futuro, ou qualquer outra coisa, o que é que quereria saber?
2. Há alguma coisa que sonhe fazer desde há muito tempo? Porque não a fez?
3. Qual é a maior realização na sua vida?
4. O que valoriza mais numa amizade?
5. Qual é a sua memória mais querida?
6. Qual é a sua memória mais terrível?
7. Se soubesse que dentro de um ano fosse morrer de repente, mudaria alguma coisa na forma como está atualmente a viver? Porquê?
8. O que é que a amizade significa para si?
9. Quais são os papéis do amor e do afeto na sua vida?
10. Partilhe alternadamente algo que considere ser uma característica positiva no seu/sua parceiro/a. Partilhe um total de cinco itens.
11. Quão próxima e calorosa é a sua família? Sente que a sua infância foi mais feliz que a da maior parte das pessoas?
12. Como se sente face à relação que tem com a sua mãe?
Terceira parte
1. Faça três declarações honestas na primeira pessoa do plural. Como por exemplo, “Nós estamos os dois nesta sala a sentirmo-nos…”
2. Complete esta frase: “Eu gostava de ter alguém com quem partilhar…”
3. Caso ficasse um amigo próximo do seu/sua parceiro/a, partilhe o que seria importante que ele ou ela soubesse.
4. Diga ao seu/sua parceiro/a o que gosta nele/nela; seja honesto/a desta vez, dizendo coisas que não diria a alguém que acabou de conhecer.
5. Partilhe com o seu/sua parceiro/a um momento embaraçoso da sua vida.
6. Quando foi a última vez que chorou em frente a uma pessoa? E sozinho/a?
7. Conte ao seu parceiro uma coisa que já goste nele/nela.
8. E se qualquer coisa for demasiado sério para ser gozada?
9. Se morresse esta noite se a oportunidade de comunicar com quem quer que fosse, o que mais se arrependeria de não ter dito a alguém? Porque é que ainda não o disse?
10. A sua casa, que contém tudo o que lhe pertence, incendeia-se. Depois de salvar os seus entes queridos e os animais de estimação, tem tempo para salvar um último item. Qual seria? Porquê?
11. De todas as pessoas na sua família, que morte consideraria mais perturbante. Porquê?
12. Partilhe um problema pessoal e peça ao seu/sua parceiro/parceira por conselhos em como lidar com ele. Peça também ao parceiro/a que reflita sobre a como você se está a sentir tendo em conta o problema que escolheu.
Ana Cristina Marques http://observador.pt/2015/01/15/quer-apaixonar-se-faca-estas-36-questoes/
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Há pouco mais de um ano o Tribunal de Justiça europeu confirmou o direito ao asilo para os homossexuais perseguidos e punidos pelo menos com prisão nos seus países. Essa pode ser uma explicação para o que sucedeu em Portugal em 2014: de onze pedidos entre 2000 e 2010 saltou-se para 26 só no ano passado. Pelo menos um deles vinha de um cidadão da Serra Leoa, onde a prisão perpétua é a pena que arrisca o homem apanhado a praticar sexo com outro homem, ou com animais. Mas os argumentos do candidato a protecção internacional não convenceram o tribunal.
Com mulher e quatro filhos, cujo paradeiro diz ignorar, um
homem de 38 anos desembarcou em Maio passado no aeroporto de Lisboa para pedir
autorização de residência por ser homossexual e vítima de perseguição no seu
país, a Serra Leoa. Foi-lhe negada. Recorreu da decisão do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras para a justiça, mas tanto a primeira instância como o
Tribunal Central Administrativo Sul consideraram as suas declarações pouco
credíveis. Este é um extracto do interrogatório que lhe foi feito em inglês,
língua que o candidato a asilo garantia dominar.
Qual é a sua
profissão?
Vendia pequenas coisas, como biscoitos e cigarros, nas ruas de Freetown.
Qual é a sua
religião?
Sou muçulmano.
Sabe o que
significa asilo?
Sim, é quando uma pessoa tem um problema no seu país, pede asilo noutro.
Quais as razões
que determinaram a saída da Serra Leoa?
Porque eu agora decidi que quero ser homossexual.~
Por que razão decidiu
que queria ser homossexual?
Porque me quero juntar a eles.
Quando decidiu
isso?
Decidi em Abril deste ano.
Antes dessa
data, alguma vez tinha pensado que poderia ser homossexual?
Não, só depois.
O que aconteceu
na sua vida para que tomasse essa decisão?
Eu não queria mais nenhuma relação com as mulheres, e por isso decidi juntar-me
aosgay. Gosto da forma
de falarem e andarem.
Tem ou teve
alguma relação homossexual até à data de hoje?
Sim.
Pode explicar,
por favor, de quem se trata, onde o conheceu e que tipo de relação têm?
Chama-se, A……, conheci-o em Freetown, falamos, dançamos.
Conhece outros
membros da comunidade homossexual da Serra Leoa?
Não.
Teve relações
sexuais com este homem?
Uma vez.
Teve ou tem
mais alguma relação sexual com algum outro homem?
Não.
Julga ter
nascido homossexual? Sempre sentiu atracção por homens?
Não, só agora, nunca tive relações com homens. Juntei-me a eles.
O que quer
dizer com “Juntei-me a eles”?
Associei-me a eles.
E isso
significa o quê?
Que quando o A…… me telefonava, eu talvez fosse sair com ele.
Pode explicar o
que significa ser um homemgay?
É um homem feliz, contente. Um homossexual associa-se com outros homens.
E o senhor o
que é, exactamente?
Sou um homossexualgay.
Que tipo de
problemas teve na Serra Leoa por ter decidido juntar-se à comunidadegay?
O meu pai não gostou. Disse que não aceitava e que me matava,
Vou reformular
a questão: pode explicar que tipo de incidentes teve com o seu pai por ter
decidido juntar-se à comunidadegay?
Ele um dia viu o A…… chegar à minha casa e percebeu, pela sua maneira de andar,
que o A…… era homossexual e foi assim que soube.
O que aconteceu
de seguida?
Ele avisou-me e eu disse-lhe que era do que eu gostava, que eu adorava os gay. E ele foi atrás
de mim e aí eu decidi ir-me embora, primeiro fui para casa de uma tia, mas ele
foi lá, e então eu decidi ir para casa do senhor D…….
A sua mulher
sabe que decidiu, em Abril, juntar-se à comunidade gay?
Sim, porque ela viu o A…… ir visitar-me e eu disse-lhe.
Como reagiu a
ela a esta revelação?
Ficou bem com a minha decisão, não teve problemas.
Apresentou
queixa do seu pai às autoridades?
Não.
Porque não?
Porque eu não pensei que ele estivesse a falar a sério.
Para além do
seu pai, tem ou teve outros problemas na Serra Leoa devido a esta situação?
Não.
Alguma vez foi
alvo de perseguição ou de violência por essa situação?
Não.
Em que país ou
países receia a perseguição?
Na Serra Leoa.
O que pensa que
lhe poderá acontecer se tiver que regressar à Serra Leoa?
O meu pai vai matar-me.
Quer
acrescentar mais alguma coisa?
Eu quero asilo.
São vampiros emocionais que sugam a energia alheia e infernizam a vida dos
outros. Conheça as dez personalidades mais psicovenenosas.
Quando um conhecido lhe diz “isto não é uma crítica”, pode significar que,
no fundo, o que pretende é desmotivá-lo e fazê-lo sentir-se mal. Não interessa
que o êxito que conquistou seja fruto do seu trabalho ou do seu talento: o
invejoso doentio irá procurar destruí-lo através da depreciação ou da calúnia.
Napoleão Bonaparte afirmou que a inveja constitui uma declaração de inferioridade.
Todavia, à semelhança do que acontece com o estúpido, o invejoso pode ser um
inimigo muito perigoso, impelido por um desejo irreprimível de destruir quem
alcançou o triunfo ou a excelência.
Nem todos seguem o mesmo padrão. Há os arrogantes, que exibem uma suposta
superioridade, os hostis, que nos maltratam verbalmente, os déspotas, que nos
anulam no emprego, os psicóticos, que representam um perigo, e os neuróticos,
que nos estragam a vida. Embora possam adotar diversos perfis psicológicos, todos
partilham duas características: são manipuladores e intratáveis. Apenas a
experiência nos permite detetá-los a tempo e evitar qualquer contacto.
Será que podemos classificá-los como gente tóxica? Psicólogos e psiquiatras
respondem afirmativamente. São como vampiros que se alimentam das energias
alheias, parasitas sociais que procuram dominar as vítimas para humilhá-las,
anulá-las ou destruí-las. Conviver com tais pessoas constitui um pesadelo. Os
comportamentos doentios que manifestam enfurecem o ser mais equilibrado e as
suas emanações negativas envenenam os sítios por onde passam.
Em 1995, Lillian Glass (http://www.lillianglass.com), escritora e
especialista em comunicação, publicou Toxic People – 10 Ways of Dealing
With People Who Make Your Life Miserable, obra em que introduziu
pela primeira vez um termo que passou a fazer parte da linguagem quotidiana,
dos artigos de jornais, das séries televisivas ou mesmo de canções pop, como
Toxic, que garantiu um Grammy a Britney Spears.
No seu novo livro, Toxic Men – 10 Ways of Identifying, Dealing With and Healing from
Men Who Make Your Life Miserable, Lillian Glass descreve o perfil
desses vampiros psíquicos: “Alguns são indivíduos com uma autoestima tão baixa
e que se sentem tão deprimidos que conseguem, para melhorar o próprio estado de
espírito, absorver a alegria das pessoas que os rodeiam”, afirma a escritora. A
estratégia envolvente desses indivíduos, que disfarça o seu poder tóxico, faz
que possamos cair nas suas redes sem nos apercebermos. Quando damos conta da
situação em que nos encontramos, já é demasiado tarde.
Vampiros à solta
Muitos são manipuladores que estudam as vítimas para descobrir as suas
vulnerabilidades. Procuram pessoas que tenham dificuldade em dizer “não” e que
receiem o confronto. O principal objetivo é a destruição do outro. Algumas das
ferramentas que utilizam são o assédio moral e a agressão verbal, com as quais
isolam lentamente a vítima dos seus amigos e familiares. As pessoas tóxicas agem
com a mesma estratégia psicológica de uma seita.
Os norte-americanos Ronald Schouten,
psiquiatra da Escola de Medicina de Harvard, e James Silver, advogado e
criminalista, são os autores de Almost a Psychopath (“Quase
um psicopata”), no qual descrevem as pessoas que mostram apenas algumas das
características da psicopatia, mas que podem tornar-se letais para aqueles com
quem convivem. De facto, representam uma ameaça maior para a comunidade do que
os psicopatas genuínos, pois o seu número é maior e são mais esquivos. Os
autores afirmam também que são psicopatas bem-sucedidos, pois costumam ter
êxito na vida, apesar do comportamento patológico e da acumulação gradual de
vítimas.
O psicólogo argentino Bernardo Stamateas,
autor de Gente Tóxica – Como Lidar Com Pessoas Difíceis e Não Ser Dominado
por Elas (publicado no Brasil), assegura que estes parasitas
sociais fingem ser amigos, mostrando o seu lado mais inofensivo, para ir
minando pouco a pouco a segurança da vítima com comentários subtis e com piadas
e frases irónicas, supostamente inócuas. “Na realidade, o seu objetivo é
reduzir a autoestima e o valor da pessoa, para a sua autoridade aumentar. O que
pretende é obter poder e controlo sobre tudo e todos”, sublinha Stamateas.
É a estratégia que o chefe depreciador utiliza para desprestigiar os
subordinados. Critica tanto aqueles que fazem algo por iniciativa própria como
os que não fazem nada por prudência. É um profissional das mensagens duplas, ao
pedir ao mesmo tempo tarefas opostas. Tem por objetivo humilhar o inferior sob
as suas ordens e roubar-lhe a segurança. É o perigoso vampiro a que muitas
pessoas estão expostas ao longo da sua vida profissional.
Outro modelo de indivíduo tóxico é aquele que exerce o poder que detém com
desprezo, gritos e maus tratos. É um agressor verbal que encontra sempre uma
oportunidade para discutir e criar conflitos em seu redor. Estes indivíduos são
autoritários e acreditam ser portadores de uma verdade absoluta. Incapazes de
estabelecer uma discussão civilizada, impõem os seus critérios aos gritos,
impedindo os interlocutores de responder, e ainda os insultam para lhes mostrar
a sua incompetência. Além dos danos que podem infligir, a agressividade dos
violentos verbais é altamente contagiosa.
Intimidantes e desestabilizadores
Embora nem todos os perfis sejam tão violentos, os tóxicos são sempre
pessoas intimidantes e desestabilizadoras. É o caso do neurótico, que não só
vive angustiado com o que diz e faz como, também, com o que não diz e não faz.
O seu perfecionismo e a sua agressividade podem tornar a vida insuportável a
quem o rodeia. Precisa tanto que o estimem que chega a ser compulsivamente
possessivo.
Como escapar, se a pessoa tóxica for a nossa própria mãe, o nosso irmão ou
o nosso chefe no emprego? Se a situação envolve um risco para a estabilidade da
vítima, os terapeutas indicam que a única saída é afastar-se desses vampiros,
para evitar a tortura de suportá-los e o perigo de se transformar num deles.
Contudo, a vítima que tem de permanecer no emprego para manter o salário nada
pode fazer perante um chefe autoritário que confunde o contrato de trabalho com
servilismo.
Diana Cohen Agrest, doutorada em filosofia pela Universidade de Buenos
Aires, considera que a nossa obrigação é fugir dos laços que nos atam a pessoas
ou situações destrutivas. Contudo, adverte para a estigmatização dos tóxicos:
“Os seres humanos não se comportam de determinada maneira para sempre. Estamos
em constante processo de construção. A classificação definitiva é a do
epitáfio, pois apenas aí adquirimos uma identidade imutável.” Diana Cohen
considera que os tóxicos podem sempre adquirir características mais positivas.
Outros psicólogos pensam que o problema não provém tanto dos vampiros psíquicos
como das situações tóxicas a que estamos expostos. São os cenários da vida real
que nos envenenam pouco a pouco.
Sociopsicopatas
Lillian Glass afirma que se trata da variante mais perigosa de indivíduos
tóxicos. São pessoas com graves distúrbios que podem fazer muito mal ou mesmo
ameaçar a vida das suas vítimas. Nunca assumem qualquer responsabilidade. São
incapazes de pedir desculpa, de dizer “lamento”. “Aproveitam-se dos outros com
recurso ao encanto, ao logro, à violência e a outros métodos que lhes permitam
conseguir tudo o que querem”, explica a escritora.
A primeira vez que entramos em contacto com um sociopsicopata, ficamos com
uma excelente impressão, pois ele diz-nos tudo o que queremos ouvir.
Normalmente, fazem muitas perguntas às suas vítimas. O objetivo é averiguar
rapidamente quais as emoções das pessoas que pretendem torturar. Têm em comum
com o arrogante a elevada autoestima. Utilizam muito a palavra “eu”,
consequência lógica da altíssima opinião que fazem de si próprios. Os nossos
sentimentos ou direitos não os preocupam minimamente.
Nunca sentem remorsos e não sabem o que é a empatia. Costumam comportar-se
como parasitas. São impulsivos e irresponsáveis. Tendem a viver aqui e agora,
sem parar para pensar se a sua atitude poderá ter consequências no futuro.
“Seguramente, o sinal mais claro de que está diante de um sociopsicopata é
que ele irá contradizer-se com frequência, praticamente na mesma frase”,
adverte Lillian Glass. Se lhe perguntarmos se tem o número de telefone de uma
pessoa conhecida, poderá responder que não. Porém, se lhe perguntarmos em
seguida se conhece alguém que o tenha, é muito provável que responda que ele
próprio o tem. Outro traço característico destas pessoas tóxicos é o seu olhar.
Fixarem os olhos nos nossos sem mover um único músculo do rosto é um sinal
evidente de que nos estão a manipular. Conseguem não mostrar qualquer expressão
facial, pois não sentem emoções. Se tivermos a má sorte de deparar com um
indivíduo deste género, a melhor coisa a fazer é fugir.
A vítima queixinhas
Este tipo de pessoa tóxica transpira negatividade pelos poros. Se algo lhe
correr bem, procurará sempre dar a volta à situação para a transformar em
qualquer coisa de mau, de negativo. Vê-se a si própria como uma vítima
indefesa, incapaz de fazer seja o que for para sair desse infernal ciclo
vicioso. É um indivíduo que vê tudo negro. “Vive a derramar a dor do passado no
presente e no futuro. Sente que se está a destruir a si próprio e arrasta os
outros com ele”, afirma Lillian Glass.
São pessoas que se estão sempre a queixar, a perguntar por que é que as
coisas lhes correm tão mal, por que é que o mundo as trata dessa forma. Veem-se
a si próprias como bodes expiatórios e estão sempre a justificar-se, explicando
o que tiveram de sacrificar e como estão a sofrer. E tudo para nada, pois o
mundo continua a parecer-lhes um lugar horrível em que apenas existe sofrimento
e fracasso.
Vivem zangadas com os outros e consigo próprias. Fazem da queixa um hábito,
uma forma de vida. Acreditam sempre que algo ou alguém as está a maltratar. “O
medo, a insegurança, a inquietação e a dor são sentimentos que invadem as
pessoas queixosas, as quais se transformam, assim, em seres tóxicos para si
próprios e para os que os rodeiam”, assegura Bernardo Stamateas.
A vítima lamurienta de uma sociedade que a atormenta pode chegar a
converter-se num ser tóxico perigoso. “Tal como se culpa a si própria, também
manifesta uma facilidade espantosa para culpar qualquer um pela sua situação
desesperada, sobretudo nós: é por nossa culpa que ela consome drogas, ou é porque
esbanjamos dinheiro que ela bebe. Se ouvirmos constantemente ‘é por tua culpa...’,
não há dúvida de que estamos perante uma pessoa desse tipo”, sublinha Lillian
Glass.
A vítima queixinhas partilha algumas características psicológicas com os
neuróticos. Andam eternamente à procura de ajuda; choram muito mas não fazem
nada. “Os neuróticos queixam-se, lamentam-se, mas deixam tudo na mesma. A
realidade é que não querem perder os benefícios que resultam das queixas e da
doença”, assegura Stamateas.
Os que se fazem passar por vítimas e os neuróticos adaptam a informação e
os factos à forma como veem a realidade. Passam a vida a discutir e a tentar
fazer ver aos outros que é o mundo que lhes torna a vida impossível, mas nada
fazem para sair desse círculo.
O agressivo verbal
Estes indivíduos tóxicos produzem um grande desgaste emocional e vital às
pessoas que têm de lidar com eles. As suas vítimas sujeitam o seu bem-estar aos
estados de humor e aos modos dos agressivos verbais. Podem ser o companheiro, o
chefe no emprego ou o amigo a quem nos sentimos ligados por uma noção de
lealdade. São pessoas de trato difícil. Costumam ser mordazes, ofensivas e
intimidantes.
“O agressivo verbal tem por objetivo fazer-nos sentir pequenos, incapazes,
fracos e inseguros”, explica Bernardo Stamateas. A meta que persegue é fazer os
outros reconhecerem a sua autoridade, para poder impor tudo o que lhe passar
pela cabeça. Exerce o poder de intimidação com gritos, maus tratos e a
desvalorização das vítimas. É o género de pessoa que encontra sempre motivos
para discutir e confrontar os outros com violência. Em pleno acesso de ira,
quando o rosto fica vermelho e os olhos parecem querer sair-lhe das órbitas, a
boca abre-se para deixar sair um manancial de verborreia agressiva.
São pessoas que parecem sentir prazer em dificultar a vida dos outros.
Recorrem a todo o tipo de estratégias para esgotar a paciência alheia. O que o
agressivo verbal pretende é despertar a ira dos restantes. Utiliza um tom de
voz intimidante que provoca uma rejeição unânime. É incapaz de estabelecer
laços interpessoais duradouros e vai-se fechando num círculo que ele próprio
criou. No fim, acaba a sentir-se só e rejeitado. Contudo, até chegar a essa
situação, os violentos verbais tornam a vida impossível aos que os rodeiam.
O que se pode fazer com uma pessoa assim? Procurar chamá-la à razão é difícil.
A vítima tem de controlar os seus instintos mais baixos para evitar o confronto
direto com o agressor, num terreno que não é o seu. Quem suporta a sua
irascível verborreia deve procurar entender que o violento bombardeamento não
tem forçosamente de enfraquecer nem beliscar a sua autoestima. O louco é quem
grita, não a vítima. Porém, não podemos aceitar permanentemente a violência que
exercem sobre nós. Há que colocar limites às agressões verbais que recebemos.
A certa altura, o violento verbal poderá dizer-nos que somos a melhor
pessoa e a única com quem pode contar, e logo a seguir tratar-nos como inúteis
e incapazes. É o método que utiliza para nos fazer duvidar das nossas emoções.
Num dia, admiramo-lo e pensamos que é uma pessoa objetiva e inteligente.
No seguinte, quando nos lança um dardo envenenado, desorienta-nos e passamos a
odiá-lo.
O medíocre
A moleza e a letargia são comportamentos altamente contagiosos. A ausência
de metas na vida, uma característica específica do medíocre, leva muitas pessoas
a conformarem-se com uma existência monótona em que os estímulos desapareceram
por completo. Para este tipo de indivíduos tóxicos, o mais importante é chegar
ao fim do mês sem se expor a nada que possa alterar a sua mediocridade, que as
afaste do inesperado e do extraordinário, duas características que marcam a
vida dos empreendedores e dos dinâmicos.
Estes seres tóxicos podem contaminar as pessoas à sua volta. Quase sem nos
darmos conta, o medíocre faz-nos ver a vida pelo seu ponto de vista. Acordamos
de mau humor, arrastamo-nos até ao trabalho, amaldiçoamos a nossa sorte,
cumprimos o horário estabelecido, regressamos a casa com a mente em branco e
ficamos a ver TV deitados no sofá. A vida transforma-se num imenso vazio em que
não há espaço para sonhos ou aventuras, para o inesperado e o transcendente.
Manter relações sociais com pessoas medíocres é entrar num clube de gente
tóxica que irá envenenar, pouco a pouco, quem tiver um carácter aberto,
empreendedor e dinâmico. São figuras que vivem em permanente letargia, embora
normalmente não façam mal a ninguém, apenas a si próprias. Porém, devemos ser
cautelosos, pois também se podem tornar perigosas. “É da qualidade das relações
que estabelecermos que dependerá, diretamente, o nível do êxito que alcançarmos”,
afirma Stamateas.
A força e o impulso vital de que dispomos para enfrentar uma iniciativa ou
qualquer projeto serão afetadas se nos associarmos a esse tipo de gente tóxica.
A tragédia surge quando o medíocre é um amigo de infância, um dos nossos irmãos,
um pai, um colega de trabalho. Que fazer nestes casos? Resistir. Não claudicar
perante o espírito de resignação que impregna a vida do medíocre.
Depende de nós escolher quem nos vai acompanhar ao longo da vida. A tarefa
de criar as nossas relações interpessoais, de evitar por todos os meios as
pessoas tóxicas e de abrir o nosso círculo a quem tem uma mente mais aberta e
uma atitude mais vitalista, é um dos objetivos importantes da vida. É uma
tarefa árdua e difícil, que requer uma grande atenção e grande capacidade de
análise.
Uma ajuda é a empatia que sentimos pelos nossos iguais, as pessoas que nos
agradam, ainda que não saibamos exatamente porquê. Quando os escolhemos, não
costumamos errar, mas, por vezes, emboscado num manto de sedução, pode estar um
medíocre manipulador. Se o deixar penetrar no seu círculo de relações
interpessoais, não duvide de que irá fazer-lhe amargar a existência.
O arrogante presunçoso
São sobranceiros, vaidosos, pedantes, presumidos e autossuficientes.
Demonstram excesso de confiança no que dizem, no que fazem e nas decisões que
tomam. Sentem-se perfeitos, pequenos deuses que ninguém pode contradizer. O
arrogante presunçoso é aquela pessoa detestável que, numa reunião de amigos,
compete para ser o mais inteligente, o mais sagaz, o que tem resposta para
tudo. São capazes de decorar uma série de frases célebres para citá-las em
momentos-chave de uma conversa, com o objetivo de surpreender o interlocutor e
convencê-lo de que é superior, mais culto, alguém que está acima da média.
“Um sabe-tudo arrogante e presunçoso ofende e trata com condescendência
toda a gente para se sentir melhor do que os outros. Os seus comentários
depreciativos”, explica Lillian Glass, “são geralmente subtis. Por exemplo,
reage às nossas opiniões com fases como: ‘Tens a certeza disso?’ ou ‘Não
acreditas nisso, pois não?’ .” Este tipo de indivíduo é um déspota intelectual.
Só as suas ideias e opiniões interessam. Costuma estar tão absorto em si
próprio que nem sequer precisa de monopolizar a atenção dos outros enquanto
pontifica.
O arrogante costuma exibir um trejeito ou um sorriso falso e forçado quando
o obrigam a escutar um interlocutor. “Tais sorrisos sarcásticos indicam que se
acha superior e que lhe tem muito pouco respeito”, afirma Lillian Glass. Este
género de indivíduos costuma apontar-nos o dedo enquanto fala connosco. A
intenção é mostrar que está muito acima de nós. O tom de voz é geralmente duro
e agressivo. É a forma de mostrar a sua impaciência perante a nossa
incompetência. Somos todos inferiores a essas criaturas presunçosas.
Quando sentem que alguém os enfrenta, os arrogantes e presunçosos adotam
uma atitude defensiva, de mãos nos quadris e cotovelos abertos. É o seu sinal
para mostrar aos outros que mantenham a distância. Se alguém ousa duvidar do
seu discurso petulante, não será raro que percorra a divisão com os olhos,
fazendo ver ao interlocutor que procura gente mais interessante e importante. É
o genuíno impertinente que quer sempre ficar por cima.
“São indivíduos que sofrem de um excesso de amor próprio. No trabalho,
convencem os colegas de que, sem eles, o projeto falharia. Quando eles não
estão, nada funciona”, dizBernardo Stametas. A sua convicção de serem melhores
do que os outros leva-os frequentemente ao fracasso. “O orgulho é como o mau
hálito: toda a gente o sente, menos quem dele padece”, sublinha Stamateas.
Evidentemente, ter confiança em si próprio é positivo e produtivo. Levada ao
extremo, a confiança doentia pode impedir que questionemos e analisemos os
erros que cometemos.
O chefe autoritário
Numa relação laboral, o chefe detém a legítima autoridade de fazer saber
aos subordinados, de forma adequada, o que espera deles. Não há dúvida de que é
um direito seu. O problema surge quando esse direito resvala para o
autoritarismo e os maus tratos, ferramentas perversas através das quais o chefe
pode aproveitar-se da sua posição e conseguir impor a sua vontade sem que esta
seja questionada ou alvo de contestação.
A pessoa que age assim transforma-se num chefe autoritário e intimidante.
Este género de pessoa tóxica é desconfiada e muito venenosa. Acredita que
chegou ao cargo que ocupa na empresa por qualidades de chefia inatas e um
cérebro privilegiado. Costumam ser indivíduos violentos e praticar o assédio, e
sentem-se legitimados para depreciar e maltratar os seus subordinados. Têm
sempre razão e esperam respostas dos empregados mesmo antes de tê-las
solicitado. Pensam que “ele já sabe qual é a sua função”, o que é geralmente
falso.
“Um chefe autoritário obtém o controlo impondo a sua autoridade, inspirando
receio em vez de confiança, transformando o trabalho numa carga pesada em vez
de apresentá-lo como um projeto interessante, motivador e vantajoso para
todos”, sublinha Bernardo Stamateas. Muitos mostram a sua melhor face até chegarem
a uma posição elevada, altura em que se transformam em autênticos déspotas.
Costumam sofrer ataques de pânico, sobretudo quando pensam que alguém lhes quer
roubar o cargo.
O perfil mais violento destes indivíduos tóxicos costuma ser o de um
obcecado com o controlo, que mostra toda a sua fúria e despotismo face aos
subordinados. É o tipo que critica frequentemente os subordinados: “Não é
assim!”, “Foi isso que pedi?”. Podem ser muito críticos com a aparência dos
outros e com a sua forma de vestir, sobretudo com as mulheres. Se for um homem,
revela com elas o seu carácter misógino: odeia todas as pessoas que considera
inferiores, mais odeia ainda mais as mulheres que chefia. A sua atitude
autoritária e violenta é profundamente tóxica.
Boicota quem quer que seja que sobressaia no ambiente laboral, porque não
suporta que alguém seja mais importante do que ele. Nesse sentido, tem traços
comuns com o narcisista e o arrogante. Tenta controlar a liberdade dos
subordinados, chegando a ameaçá-los para reafirmar a sua posição dominante.
Também pode chegar a ser um violento verbal, insultando e desprezando
publicamente os subordinados. No seu tom de voz, há um timbre alarmista que o
desmascara como obcecado pelo controlo. A voz alta serve para intimidar quem o
rodeia. Trabalhar sob as ordens de um chefe autoritário pode ser uma das piores
calamidades que uma pessoa tem de enfrentar em algum momento da sua vida.
O intriguista coscuvilheiro
O coscuvilheiro do escritório é outra figura tóxica perigosa, pois pode
gerar grandes rivalidades no âmbito laboral. “Eu cá não acredito, mas os da
Contabilidade dizem que a nova secretária do chefe da tesouraria foi amante do
diretor-geral.” À medida que se propaga, o boato prenuncia a morte profissional
de uma boa funcionária. A única defesa perante os bisbilhoteiros é tratar de
mantê-los à distância ou fugir deles.
O boato costuma começar com uma frase clássica: “Sei de fonte segura.”
Segue-se a calúnia envenenada. O intriguista sente prazer em ser escutado pelos
outros. É a sua forma de conquistar prestígio. Sabe que, para ter público, a
mensagem a transmitir deve ter impacto: como quase nunca tem algo interessante
para contar, inventa. Poderá modificar ou transformar qualquer informação de
que disponha para torná-la mais espetacular. É o fulano do escritório que
conhece a vida de todos, embora ninguém saiba quase nada dele.
Na sua ânsia de notoriedade, o coscuvilheiro pode criar rumores
destrutivos, capazes de arruinar o prestígio de uma pessoa, ou boatos
explosivos, que se propagam como um rastilho de pólvora e chegam aos lugares
mais inesperados. Em ambos os casos, o profissional dos mexericos consegue
criar uma informação falsa com algumas componentes fidedignas que a tornam mais
credível. Dirige a calúnia contra uma pessoa que não lhe agrada ou que inveja
em segredo. Desse modo, este tipo de indivíduo tóxico pode desestabilizar todos
os que o rodeiam.
“O intriguista transporta a informação daqui para ali para se divertir e
para adquirir um certo poder sobre os outros, porque tem acesso a coisas
secretas que só ele conhece”, diz Lillian Glass. Se partilharmos um segredo com
ele, não duvidará em usá-lo contra nós, se isso puder beneficiá-lo de algum
modo. Bernardo Stamateas afirma que estes indivíduos podem ser muito perigosos,
dado que os rumores que inventam são dirigidos contra pessoas que podem perder
o seu prestígio, o seu posto de trabalho ou a sua relação íntima com o
parceiro.
Nem sempre é fácil identificar o autor de um rumor, até porque muita gente
participa na sua difusão. Nesse sentido, todas as pessoas que acreditaram num
rumor e o comentaram com outras atuaram como autênticas armas tóxicas.
O depreciador
Parece sentir prazer em depreciar ou menosprezar os outros. Tem por
objetivo anular, manipular ou desestabilizar as emoções das suas vítimas. Só
dessa forma poderá brilhar em todo o seu esplendor. O seu objetivo na vida é
conseguir que a outra pessoa viva desconfiada e insegura, de forma a depender
das suas opiniões. É um dos integrantes mais odiosos da lista de gente tóxica.
Se não pudermos fugir de um depreciador, podemos pelo menos identificar o
seu modo de agir e tentar travar os ataques. Costuma desempenhar o papel de
amigo e finge estar interessado no que fazemos, mas a verdadeira intenção é
estudar-nos para descobrir um ponto fraco e utilizá-lo a seu favor, enquanto
nos desvaloriza perante os outros. Em pleno apogeu, o depreciador mostra as
garras e fará crer à vítima, através de insinuações, que tudo o que faz está
errado.
Finge escutar as queixas dos outros para depois poder, no momento oportuno,
trazê-las à baila e diminuir a autoestima e o poder dos seus adversários ou
subordinados. Vive oculto por detrás de uma máscara para esconder o seu mau
humor, a sua irritabilidade e a sua falta de controlo. É incapaz de se mostrar
e de se relacionar tal como é. No seu disfarce de pessoa sensata e amistosa,
procura a melhor altura para impor o domínio e controlar todos os que estão ao
seu alcance.
Uma vez atingido o objetivo, o depreciador despe a máscara a mostra a sua
face mais violenta, transformando-se noutro tipo de pessoa tóxica. Nessa nova
posição de força, poderá gritar e insultar a vítima perante os colegas de
trabalho, atribuindo-lhe tarefas impossíveis. No seu afã de mostrar que é ele
que detém o poder, ataca os outros em público, desqualificando o seu trabalho e
expondo-os à má opinião dos colegas. Na sua nova dimensão, torna-se um
indivíduo letal, capaz de destruir a reputação de alguém através de calúnias.
É preciso ter muito cuidado quando encontramos um tóxico dete calibre, dado
que a desqualificação pode tornar-se uma doença contagiosa. Estas pessoas
costumam encontrar formas de cooperar connosco para, uma vez alcançada a nossa
confiança, serem as suas ações e decisões a terem peso na nossa vida. Chegados
a este ponto, é possível que duvidemos de nós próprios e acreditemos que é o
abusador quem tem razão. Não é raro a vítima dar-se por feliz por teu ao seu
lado alguém que lhe mostra o seu valor real, tornando-se, sem se dar conta, uma
espécie de escravo. Se não conseguirmos travar a tempo a influência do
desqualificador, corremos o risco de nos tornarmos como ele.
O invejoso
Passa a vida a desejar o que os outros têm. É incapaz de triunfar na vida,
pelo que fica obcecado com os êxitos alheios. Na versão mais doentia, a inveja
transforma-se no desejo de destruição do outro. O invejoso tenta acabar com a
vítima através da perseguição ou depreciação constantes. Odeia-a pelas
conquistas e pelo êxito que alcançou. Acredita que, se não conseguiu nada na
vida, pelo menos possui a legitimidade que o seu ódio lhe confere para destruir
o que os triunfadores alcançaram.
São pessoas que canalizam a sua energia para o “outro”, em vez de
procurarem dentro de si próprias. Desperdiçam tanto tempo a pensar nas outras
pessoas que não têm vontade para nada quando têm de se ocupar de si próprias. A
inveja transforma-as em seres intolerantes em relação aos feitos alheios.
Sofrem por ter menos dinheiro, menos felicidade e menos vitalidade do que o
vizinho. Essa atitude envenena-os pouco a pouco, provocando-lhes grande
infelicidade e muita dor. A crítica dos outros, o murmúrio, os rumores e os
ciúmes são os fatores que alimentam esta emoção tão corrosiva.
Os invejosos não suportam as pessoas que ocupam lugares de privilégio.
Odeiam quem se esforçou para melhorar a sua qualidade de vida e conseguiu subir
na vida. São pessoas que atacam os outros e nunca prosperam. Como disse
Francisco de Quevedo, “a inveja é fraca porque morde mas não come”.
O neurótico
Se alguém tiver a pouca sorte de associar-se a um neurótico para montar um
negócio, irá passar um mau bocado. Estas pessoas impõem sempre a si próprias
metas e objetivos que nunca poderão alcançar. Consideram-se eficazes, mas
possuem sentimentos de desvalorização que as bloqueiam. O neurótico castrador
sofre também de uma grande solidão, que procura colmatar procurando uma boa
posição social. Preso na sua neurose, vive imerso em fantasias. É tão
autossuficente que nunca ouve os conselhos de ninguém, muito menos os do sócio,
que acabará falido. Tal como o arrogante presunçoso, o neurótico não suporta
que alguém saiba mais do que ele.
Esteja onde estiver, o neurótico arranja sempre maneira de chamar a atenção
e de agradar a todos os que se aproximam dele. O seu problema psicológico
reside na infância, em experiências que não conseguiu resolver e que o levam a
desenvolver um comportamento neurótico, cujas características mais distintivas
são o perfecionismo, a conflitualidade, o egoísmo e uma certa infantilidade. O
neurótico castrador invade, controla e asfixia permanentemente o outro. As suas
permanentes oscilações de humor podem tornar impossível viver com ele.
O neurótico castrador trata sempre de nos fazer sentir culpados. A culpa é
um dos sentimentos mais negativos para um ser humano. É uma emoção que paralisa
e impede que desenvolvamos o nosso potencial. “Viver com culpa é uma prisão
perpétua”, diz Stamateas. Os castradores usam esse sentimento para manipular os
outros. Um bom exemplo é a mãe dominante que quer fazer o filho sentir-se mal:
“Depois de tudo o que fiz por ti, agora abandonas-me, fico para aqui sozinha?”
O neurótico castrador torna-se o organizador do nosso destino. A sua
habilidade para nos fazer sentir culpados impede-nos de alcançar os objetivos
que tínhamos traçado. Não é raro os psicólogos encontrarem pacientes criados em
famílias que os fizeram acreditar que eram responsáveis pela separação dos pais
ou pela perda de emprego da mãe, que teve de se despedir para tomar conta
deles. São vítimas dos neuróticos castradores.
Protejaseu pescoço Aqui vão cinco categoriasde
vampirose os meios de
enfrentá-los,em um roteiro
adaptado da obra do psicólogo Albert Bernstein
Tipo de vampiro
Como viver com ele
Inconstante
Tem dificuldade para assumir qualquer tipo de
compromisso. Está sempre à procura de novos parceiros amorosos e é instável
na vida profissional. Alimenta-se da dedicação das pessoas, mas costuma
abandoná-las ao considerar que se tornaram monótonas ou que já deram o que
tinham para dar
Dê crédito apenas a seus atos, e não às promessas. Não
aceite suas desculpas intermináveis. Estabeleça regras para a convivência e
punições em caso de desvio. Se flagrá-lo mentindo ou desrespeitando normas,
conteste com firmeza
Teatral
Cada palavra e cada gesto são cuidadosamente
planejados, como se vivesse o tempo todo no palco. Faz de tudo para se
colocar no centro das atenções. Bajula os superiores com rara habilidade.
Tudo isso o faz parecer inofensivo, mas é justamente a estratégia para sugar
a confiança alheia. Ao conseguir, está pronto para puxar seu tapete
Jamais o
transforme em confidente e não se ofereça para sê-lo. Esteja atento para
prováveis segundas intenções em tudo que ele faz ou fala. Elogie-o de vez em
quando, pois o aplauso o mantém sob controle – mas não a ponto de parecer seu
fã número 1
Narcisista
Acha que é
a pessoa mais inteligente e talentosa da face da Terra. Persegue com afinco
os símbolos do status e do poder. É ríspido e esbanja auto-suficiência.
Quando está por cima, pisa nos de baixo. Nutre-se da destruição da
auto-estima alheia, o que o ajuda a projetar-se para o alto
Não perca tempo tentando convencê-lo de que ele cometeu
um erro, pois negará até a morte. Não dê crédito aos feitos grandiosos que
relata. Não espere favores gratuitos, ele sempre vai querer algo em troca
Obsessivo
Presta
atenção nos mínimos detalhes para tentar flagrar os outros em contradição.
Não admite pequenos erros ou falhas e sente grande prazer em apontá-los.
Deseja que todos se tornem igualmente perfeccionistas e inferniza o cotidiano
de quem resiste ao adestramento. Voa no pescoço das pessoas próximas para
extrair-lhes o que há de mais sagrado: a liberdade e a tranqüilidade
Nunca critique a virtude da qual ele mais se orgulha: a
busca da perfeição. Nas discussões, evite entrar nas minúcias, pois são sua
especialidade. Não conte a ele seus pequenos desvios do cotidiano, do tipo
"liguei para o chefe dizendo que estava doente"
Paranóico
Desconfia que está sendo traído e que há segundas
intenções por trás de tudo que os outros fazem ou dizem. Para ele, nada na
vida é óbvio ou simples. Essa mania de perseguição obriga as pessoas com as
quais convive a ser cuidadosas ao extremo. Assim, consome lentamente a
paciência dos outros
Ao falar, evite metáforas, ironias e figuras de
linguagem – seja o mais claro possível. Não se submeta ao jogo de ter de
provar lealdade a todo momento, respondendo a perguntas absurdas. Jamais
admita que mentiu ou escondeu a verdade, pois isso nunca sairá da cabeça dele
Aprenda a identificá-las e liberte-se de relações que tornam os dias cinzentos
Exercer o nosso ponto de vista com firmeza, respeitar o outro e, assim, conquistar o seu respeito, tanto nas relações amorosas como nas relações sociais.
Devia ser fácil mas não é. Muito pelo contrario!
O desafio é grande mas assume-se gigantesco quando o outro tem uma personalidade, digamos, negativa.
Essa (rara e exigente) capacidade, chamada assertividade, exige um treino diário e é a peça-chave para conseguirmos sair ilesos do embate com personalidades com traços tóxicos que «todos nós possuímos», até certo ponto, mas que se tornam um problema «quando são disfuncionais e muito generalizados no funcionamento de alguém», descreve Fernando Magalhães, psicólogo clínico.
Narcisista
«Sente-se especial e único, quer estar acima das regras e ter privilégios em relação aos outros, que considera inferiores. Deseja todas as atenções e não cumpre regras nem horários. Não se preocupa com os sentimentos dos outros, é arrogante e dirige todas as conversas para si próprio», descreve Fernando Magalhães. O contacto regular com o narcisista acaba por nos ensinar que «é benéfico para a satisfação pessoal ter um interesse genuíno pelos outros e que estar demasiado autocentrado produz infelicidade».
«O narcisismo apenas afasta as pessoas e diminui uma autoestima que, na verdade, já era baixa», refere ainda o especialista. Apresentar o nosso ponto de vista raramente funciona. Para obter um sim de um narcisista é preciso mostrar-lhe o que ele terá a ganhar. «Defina os seus limites claramente, mas evite críticas ou comentários negativos», aconselha o psicólogo. Se se sentir anulada, asfixiada ou achar que ele apenas se aproveita de si para receber atenção, é sinal de que terá de repensar a relação com essa pessoa.
Egoísta
Este ser autocentrado, conta Fernando Magalhães, «está apenas preocupado com os seus próprios interesses. Raramente elogia, não age para os outros e lida mal com sucessos alheios». Ainda assim, o contacto com esta personalidade tem um lado positivo. Permite-nos perceber que «ser egoísta é uma infelicidade, que a partilha de bons e maus momentos é uma fonte de satisfação e que a vida não se resume a acumular coisas ou comparações com os outros».
«Aprenda a separar-se emocionalmente do egoísta e não passe a ideia de que depende dele. Também não é produtivo dizer-lhe que é autocentrado», recomenda o especialista. Sentir que «extrai muito de si ou que é menos importante do que ele» é sinal de que a relação com essa pessoa só lhe está a fazer mal.
Invejoso
«Sentimos que compete connosco. Quer ter sempre mais e mais, apregoando muitas vezes os bens que obteve. Fica irritado e zangado com as nossas realizações e não as reconhece nem elogia», descreve Fernando Magalhães. O seu comportamento faz-nos perceber com clareza que «a vida não se pode resumir a uma competição por bens materiais ou realizações e que o valor das pessoas não é comparável ou competitivo».
Se o invejoso chegar ao ponto de a desmoralizar com comentários como «tu não vais conseguir» e a fizer sentir-se desapoiada, distancie-se emocionalmente. «Não espere elogios ou apoios dessa pessoa. O melhor é partilhar os sucessos e dificuldades com quem a motiva. Compreenda o que é mais importante num relacionamento e defina essa posição assertivamente», refere mesmo Fernando Magalhães.
Manipulador
O mais importante para esta pessoa é «obter controlo e poder. O manipulador tenta modificar e controlar o nosso comportamento e pensamento. É implícito e velado no seu comportamento», sustenta o especialista. Com o tempo, a relação com ele faz-nos ganhar a certeza de que «temos o direito de expressar as nossas necessidades, mas de forma clara e aberta». Felizmente, o manipulador «tende a ser descoberto e, quando isso acontece, fica isolado».
Limite o contacto se se sentir culpada ou pressionada por não agir ou pensar da mesma forma que ele ou se se aperceber que está a adotar um comportamento contrário à sua maneira de ser. Seja firme, «mantenha as suas posições e opiniões, não ceda à pressão», aconselha o psicólogo Fernando Magalhães.
Lidar com um pessimista
Como gerir a relação com a personalidade presa à máxima «já sei que vai correr mal»:
- Identifique-o
«Espera sempre o pior. Centra-se nos aspetos negativos e nem repara no que pode ser positivo, desvalorizando qualquer realização pessoal», refere Fernando Magalhães. Denuncia-se por um «comportamento lento, arrastado» e uma atitude «cética e descontente». Está quase sempre «triste, mostra-se desconfiado e relutante».
- Aprenda com ele
O contacto com esta personalidade leva-nos a constatar que «o pessimismo paralisa a ação, gera emoções negativas e queixas inúteis e que apenas um otimismo racional nos pode motivar a agir e a aprender com as experiências».
- Defenda-se dele
O pessimismo pode ser contagiante. sentir-se mais pessimista e triste e menos ativa do que o habitual, depois de estar com essa pessoa, é sinal dessa influência. «torne claro que alguns pensamentos negativos são distorcidos e irracionais e não alimente conversas negativas».
- Avalie se deve ou não manter o relacionamento Faça um balanço sobre o custo-benefício da relação. Afeta o seu bem-estar? Tem algo a ganhar ou a aprender? O que acontecerá se deixar de falar com essa pessoa? Se a relação não afeta a sua autoestima, assuma uma atitude assertiva. Use frases na primeira pessoa («eu discordo…» em vez de «tu não tens razão…»). Mantenha um tom de voz sereno e firme, o contacto visual e as costas direitas, não gesticule e respire pausadamente.Não tenha medo de dizer não e dê explicações curtas. Antes de falar, pense no que quer dizer. Por vezes, a não assertividade é razoável. «Perante alguém violento ou agressivo, poderá ser melhor abandonar ou ignorar a situação para não a alimentar. Perante alguém demasiado negativo poderá ser razoável e dizer em voz alta que isto faz mal não vou ouvir mais e sair da situação», exemplifica Fernando magalhães.Se se sente esmagada por essa relação coloque-lhe um ponto final. «Explique os seus motivos ou necessidades e os aspetos que se tornaram incompatíveis para si, mas destaque também pontos positivos na situação», recomenda ainda o especialista, psicólogo clínico no centro Clínico e Educacional da Boavista.
Texto: Nazaré Tocha com Fernando Magalhães (psicólogo clínico no centro Clínico e Educacional da Boavista)
Uma grande dificuldade que a pessoa alvo de relações abusivas tem é aquela de dizer NÃO ou de estabelecer limites pessoais. São pessoas sempre disponíveis, “boas”, prontas, que agradam a qualquer custo. Não querem decepcionar ou aborrecer quem quer que seja, e, assim, se aborrecem e se decepcionam. A essas pessoas, faltam assertividade e noção de qual é o seu espaço íntimo e intransponível.
Ponha um ponto final imediatamente nesse comportamento, caso contrário, não poderá jamais avançar pela estrada que leva a relações sãs e igualitárias, encontrando-se relação após relação, seja íntima, familiar, de trabalho ou amizade, sentindo-se usado e exausto.
Aqui, uma listinha inicial de “bastas” que você deve praticar rumo a liberdade de ser quem é, acolhendo os outros de forma equilibrada:
1. O que você faz tem valor e você merece ser reconhecido por isso. Exija respeito por seu trabalho, seus pontos de vista, seus gostos e decisões. Não permita que se apoderem de seu trabalho ou suas ideias e, menos ainda, que desqualifiquem o que faz e pensa.
2. Não deixe que ninguém diga que seu ego é inflado por exigir respeito. Ego é uma coisa, tolerar falta de ética, lisura e respeito é outra bem diferente. Usurpadores vão tentar confundir você, para que sinta culpa por exigir respeito.
3. Não tenha medo de dizer NÃO. Ao trocar, de forma equivocada, um não por um sim, você se agride, atrapalha o crescimento do outro e fica sem aquilo que no fundo espera: reconhecimento.
4. Não vá doando para quem não sabe dar. Doação, em especial doação de amor, é uma via de mão dupla. SEMPRE.
5. Cuide primeiro de seus interesses, antes de querer resolver a vida dos outros. Quem não tem nada de bom para dar a si, não terá nada de bom para dar aos outros, pelo menos não por muito tempo.
6. Estabeleça limites e não permita que ninguém os ultrapasse. Não permita que as pessoas aluguem você com seus problemas e necessidades sem sequer querer saber se você está em condições de absorver ou ajudar naquele momento. Amigos e familiares sabem sugar doadores e “bonzinhos” como ninguém. Dê um basta. É libertador.
7. Não permita que julguem você por suas escolhas, inculcando-lhe culpa por ter ido cuidar de um interesse seu antes de ir resolver os problemas dos outros. Quando for julgado ou tiver um dedo apontado para sua cara, pergunte a essa pessoa, com assertividade: Por que está me julgando? Quando foi a última vez que perguntou sobre as minhas necessidades? Por que acha que sabe como eu deveria tomar decisões sem estar na minha pele? Diante de julgadores, jamais se defenda com explicações ou se desculpe. Ao invés disso, devolva com uma pergunta que faça com que o outro reflita sobre o cabimento de seus julgamentos.
8. Quando for alvo de ataques verbais, abertos ou sutis, jamais entre num conflito violento de gritaria e acusações. Às vezes, é exatamente seu desequilíbrio que a outra pessoa quer trazer à tona. Ao invés disso, devolva a agressão de forma serena e com perguntas: “Por que acha que minha ideia é ridícula?” “O que você quer dizer quando diz que sou idiota?” “Você me chamou de X, mas teve um comportamento que daria a você essa característica. Está afirmando que sou X ou apenas projetando sobre mim o que pensa sobre você mesmo?” “Você parece se incomodar com minha presença. O que em mim lhe causa tanta insegurança?”. Perguntas como essas vão fazer a outra pessoa parar para se defender e, assim, tirar o foco da agressão destinada a você. Observe aí a linguagem corporal do agressor e se verá diante de alguém inseguro e pouco assertivo, assim como sabe fazer com que você se sinta.
9. Defina seu espaço, o momento do dia em que não quer ser incomodado, o que para você é intolerável e seja verdadeiro com essas convicções. Quando você é assertivo sobre seus limites, verá que, quando permitir, em ocasiões pontuais, que alguém os ultrapasse, essa pessoa se sentirá grata, reconhecedora de sua disponibilidade. Se você é do tipo que diz sempre sim e está sempre de prontidão, será sistematicamente desvalorizado quando não precisarem de você e agredido quando ensaiar dizer um não. Saia hoje mesmo desse ciclo.