Cuidado para não se deixar apanhar por um manipulador!
Irá fazê-lo pensar e sentir que é culpado por tudo o que sucede.
É uma das formas mais perversas de maus-tratos psicológicos no seio do casal.
A psicóloga Marie-France Hirigoyen, autora de O Assédio Moral ‑ Os Maus-Tratos Psicológicos na Vida Quotidiana, afirma que qualquer um pode ser vítima de uma pessoa perversa. Se tiver a pouca sorte de se apaixonar por um manipulador, torna-se uma potencial vítima de maus-tratos. Por isso, a especialista considera essencial saber detetar os possíveis sinais na comunicação com o parceiro:
• Culpa. Os manipuladores fazem o parceiro sentir-se culpado de tudo.
• Duplo vínculo. Forma de criticar que nos faz sentir que se fizermos uma coisa está mal, mas se fizermos o contrário também. Exemplo: se não dermos um beijo, acusam-nos de sermos pouco carinhosos; se o fizermos, somos maçadores.
• Verdades absolutas. Os manipuladores fazem os parceiros crer que há opiniões objetivas e que qualquer desvio é uma aberração.
• Imprevisibilidade anímica. Por vezes, mostram-se coléricos; noutras ocasiões, riem-se perante o mesmo motivo. Quando se lhes pergunta o que está a acontecer, respondem "nada", para a outra pessoa se culpabilizar.
• Dão muito boa ou muito má impressão num primeiro contato. É estranho gerar emoções tão intensas, mas as pessoas mais problemáticas no relacionamento são indivíduos que se situam em qualquer dos dois extremos.
• Vitimização. Os manipuladores pensam que os outros têm de resolver todos os seus problemas.
• Sensação de ameaça latente. Se não fizermos o que o outro quer, sofreremos as consequências.
• Necessidade de "adivinhação". Temos de intuir o que pretende sem que o diga. Os indivíduos mais manipuladores poucas vezes exprimem as suas necessidades ou sentimentos: esperam que estes se concretizem, por norma, sem necessidade de argumentação.
• Impossibilidade de negociação. Estes indivíduos comunicam ao impor-se ou ao calar-se e vão buscar assuntos polémicos através de provocações nas conversas (por vezes, diante de terceiros), mas não permitem abordá-los quando é possível o intercâmbio de opiniões.
in Super Interessante nº 120, Portugal, Abril 2008